Lançada na Bienal do Livro, que acontece no Rio até dia 11 de setembro, a
nova edição escolar do dicionário “Aurélio” tem como novidade a inclusão das
palavras “periguete”, “tuitar” e outras expressões que circulam nas bocas das
novas gerações entre seus 30 mil verbetes.
Segundo definição do “Aurélio Júnior”, “periguete” significa “moça ou mulher
que, não tendo namorado, demonstra interesse por qualquer um”, enquanto “tuitar”
é definido como “postar ou acompanhar algo postado no Twitter”.
“O uso é o que habilita uma palavra a entrar para o dicionário”, diz a
Valéria Zelik, responsável pela edição do manual. “A língua tem muitas nuances,
e o dicionário é um reflexo disso, não o contrário”, afirma a editora.
Ela também cita os termos bullying, blog e deletar entre os verbetes
integrados recentemente, além do verbo “ficar”, que ganhou novo significado:
“trocar carinhos por período curto, mas sem compromisso de namoro”.
Outra modificação nos verbetes foi a reintegração do termo “presidenta” ao
manual escolar. “A solicitação da Dilma Rousseff aflorou o uso desse feminino,
que tem uma carga ideológica, é um feminino feminista”, diz a editora.
Palavras em quarentena
Valéria conta que a equipe de
dicionaristas que trabalha no “Aurélio” pesquisas constantes nos meios de
comunicação de massa e em obras literárias e acadêmicas em busca de novas
palavras a serem reconhecidas. Para entrar para o dicionário, uma nova expressão
leva em torno de cinco anos de “quarentena”, em que seu uso será estudado.
“Checamos se é um registro que veio para ficar ou se é um simples modismo”,
diz a editora, que conta que o termo “tuitar” acabou superando mais rapidamente
esse processo por conta de sua ampla aceitação. “Até os membros da Academia
Brasileira de Letras tuitam”, explica.
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