O Globo
Após delicada negociação com as Forças Armadas e intenso debate no Congresso,
a Câmara dos Deputados aprovou na noite de [ontem] a criação da Comissão da
Verdade, grupo que terá dois anos para esclarecer graves violações aos direitos
humanos cometidas na ditadura.
O texto só foi aprovado depois que a presidente Dilma Roussef foi consultada,
em Nova York. Ela aprovou acordo fechado pelos líderes dos partidos e incluiu no
texto dispositivo que exclui do grupo pessoas que "não tenham imparcialidade no
exercício das competências na comissão". A comissão também deverá ser aprovada
no Senado.
No meio da noite, a votação chegou a estar ameaçada, depois que governo e
oposição anunciaram um acordo sobre quem poderia ser escolhido para compor a
comissão. Porém, a iminência de um adiamento por tempo indeterminado levou a
presidente a aceitar os ajustes, que, na avaliação governista, não alteram a
essência da proposta.
Durante a negociação, o ministro da Defesa, Celso Amorim, também foi
consultado e avalizou todas as mudanças votadas em plenário:
- Essa é uma questão menor (as alterações incorporadas). O importante é
garantir a aprovação de um texto que pode mudar a História do Brasil - disse a
ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, que foi para a
Câmara participar das negociações.
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