terça-feira, 20 de setembro de 2011

Ministros do STF criticam financiamento público de campanha





Pontos propostos pelo PT para a reforma política, como o financiamento público de campanha, foram criticados nesta segunda-feira em São Paulo pelos ministros José Antonio Dias Toffoli e Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e pelo ex-ministro da Defesa, Nelson Jobim. Na opinião comum dos três o financiamento público poderia abrir espaço para o "caixa dois", as contribuições não contabilizadas.

Toffolii, Gilmar Mendes e Jobim participaram nesta segunda-feira do debate "Ciclo de Reformas - Código Eleitoral", promovido pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), no qual defenderam a proibição de doação por empresas, mas com a manutenção das doações de pessoas físicas.

Jobim, que já foi ministro do STF, e é filiado ao PMDB, disse que dificilmente seu partido aprovará o projeto do deputado Henrique Fontana (PT-RS).

- Essa proposta empurra o candidato para a ilegalidade - disse Jobim.

Na avaliação do ministro José Antonio Dias Toffoli, o financiamento das campanhas "é o maior drama no mundo inteiro" porque trata, no fundo, de quem financia a democracia.

- O financiamento público exclusivo feriria o direito do cidadão de participar da democracia como um todo - afirmou Toffoli, que preside comissão do Senado sobre reforma eleitoral. - O estado, que sempre tem alguém ocupando o poder, não pode ser o financiador exclusivo da democracia.

Para Gilmar Mendes, já existe um sistema misto de financiamento de campanhas, por isso não se pode falar em financiamento público sem mudar o sistema eleitoral.

- É preciso saber como que se vai administrar esse modelo no contexto das listas abertas, porque do contrário nós corremos o risco de aportar mais recursos públicos para o sistema sem que haja possibilidade de controle dos gastos privados, que vão continuar a ocorrer - disse.

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