Aconteceu o óbvio. Ao ter a presença anunciada no 4º Congresso do PT, Zé Dirceu foi aplaudido com entusiasmo. A recepção foi mais calorosa do que a dispensada à presidente Dilma e ao próprio Luiz Inácio Apedeuta da Silva.
Em coro, gritavam os militantes, como se orassem em nome da ética na política: “Dirceu guerreiro/ do povo brasileiro”. Bem, se é, então que vá a um Corinthians X Flamengo e peça para anunciarem seu nome no alto-falante. Vamos ver o que pensa “o povo brasileiro”, né? Todo guerreiro tem de ir aonde o povo está, não é mesmo?
A sugestão de um desagravo a Dirceu — que, para todos os efeitos, não foi sugestão da direção do partido — foi feita por outro monumento da ética: Artur Henrique, presidente da CUT. Ele sugeriu, o que foi aprovado por aclamação, uma “moção de repúdio pelo crime cometido por uma famosa revista brasileira contra o companheiro José Dirceu e contra a livre imprensa neste país”.
Ufa! Bem, vocês sabem qual é a “famosa revista”, hehe. O “crime” da revista foi justamente se comportar como “imprensa livre”, aquela que o valente diz apoiar.
A propósito: em defesa da “imprensa livre”, o PT redigiu um documento em que, na prática, propõe mecanismos de… censura à imprensa.
Petistas aplaudindo Zé Dirceu e seus métodos! Alguma surpresa nisso? Se o PT não fosse o que é, Dirceu não seria petista. Se Dirceu não fosse petista, continuaria a ser o que é, porque ele é mais antigo nos métodos.

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