quinta-feira, 22 de julho de 2010

Breve perfil do canalha político

Existe algo de interessante em certos políticos: a vocação para a canalhice. Rechonchudo, bem trajado, dono de um discurso persuasivo ("bom de lábia", diria o gaiato), o canalha político tanto encanta quanto canta os eleitores. E eleitoras, sobretudo. De bobo mesmo, ele só tem o eleitor.

Com um sorriso amarelo, ornamentado de cáries, ele faz questão de se mostrar simpático. Seja num aperto da mão, num abraço acalorado, nos elogios demasiados aos companheiros partidários (ou comparsas, como queiram). Puro cinismo. Só para tapear qualquer vestígio de seu verdadeiro caráter.

Outro detalhe: o canalha político não tem dúvidas de que as possibilidades de descobrirem seus conchavos e falcatruas são mínimas. Ciente de seu poder de convencimento, ele não teme as CPIs e investigações. Até porque, como se sabe, muitos dos que o investigam têm seus rabos presos.

Vez ou outra, quando quer bancar o justiceiro sem causa, ele se empenha em questões sociais. Aguerrido, sempre está à frente de campanhas de combate: às práticas de tráficos, à podolatria, tanto faz. Tudo em nome da moral e dos bons costumes.

Em campanhas eleitorais, o político investe pesadamente seus (nossos) recursos financeiros em marketing, promovendo sua boa imagem e garantindo, assim, sua vaga nos gabinetes púbicos.

Um ou outro desconfiado é que fica com o pé atrás. Bastam algumas cervejas pagas no boteco da esquina, no entanto, para a desconfiança descer goela abaixo.

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