quarta-feira, 17 de abril de 2019

Capitão promete nunca mais se meter com a Petrobras


Logo da Petrobras é visto em tanque da companhia em Brasília (DF) - 30/09/2015

“Eu não quero e nem posso intervir na Petrobras”, disse Jair Bolsonaro, presidente da República, depois de intervir na política de preços da Petrobras.

A empresa, por isso, perdeu R$ 32 billhões em valor de mercado. E os últimos quatro dias de governo foram gastos por ministros e burocratas na tentativa de apagar o incêndio ateado por Bolsonaro.

O capitão borrou-se nas calças ao saber pelo ministro Onyx Lorenzoni, da Casa Civil, que os caminhoneiros estavam dispostos a decretar uma nova greve por conta do aumento do preço do diesel.

Telefonou para o presidente da Petrobras e mandou suspender o aumento. O que se viu de lá para cá foi uma correria para convencê-lo do contrário e construir uma narrativa que justificasse o recuo.

Fica combinado então que Bolsonaro não mandou suspender o aumento do diesel. Foi o presidente da Petrobras que, depois de concordar com o aumento proposto por técnicos, discordou.

Fica combinado também que o telefonema dado por Bolsonaro para o presidente da Petrobras foi só para dizer ao seu modo franco e transparente: “Você jogou diesel no meu chope”.

Tradução: sem nem de longe querer sugerir coisa alguma, Bolsonaro apenas queixou-se de o aumento do diesel ter sido anunciado na data em que celebrou seus primeiros 100 dias de governo.

Fica ainda combinado que o pacote de medidas para beneficiar os caminhoneiros já vinha sendo preparado há muito tempo. Foi só coincidência ele ter sido desembrulhado justamente agora.

Quanto ao aumento do diesel: embora ainda suspenso, voltará a valer a qualquer momento. Os caminhoneiros voltaram a dizer que nesse caso entrarão em greve.

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