O presidente Jair Bolsonaro precisa conter a bagunça que vai tomando conta da gestão, com reflexos no Congresso. O governo decidiu abrir uma linha de crédito do BNDES de R$ 500 milhões para caminhoneiros e dotar o Ministério de Infraestrutura de outros R$ 2 bilhões para melhoria das estradas. Como o Orçamento está contingenciado, ninguém sabe de onde vai sair o dinheiro. A prova de que Bolsonaro virou refém da categoria é que nada menos de seis ministros foram mobilizados na segunda para dar uma resposta às reivindicações: Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Tarcísio Freitas (Infraestrutura), Paulo Guedes (Economia), Bento Albuquerque (Minas e Energia), Santos Cruz (Governo) e Floriano Peixoto (Secretaria-Geral). E não pensem que os ânimos serenaram. Como candidato, o presidente se fez porta-voz da greve. No poder, cedeu à pressão de forma estrepitosa. Nos grupos de Whatsapp, caminhoneiros estão chamando as medidas de "cortina de fumaça"; o financiamento seria corda para se enforcar. E se volta a falar, de novo, numa greve para o dia 21 de maio, quando aquela que quebrou as pernas do governo Temer, com apoio de Bolsonaro, completa um ano.
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