O sexto relatório do Tribunal Superior Eleitoral sobre irregularidades nas prestações de contas referentes às eleições municipais continha erros crassos. Informou-se que um beneficiário do Bolsa Família fizera uma doação de R$ 75 milhões. Na verdade, a doação foi de míseros R$ 75. O doador foi o estudante universitário Pedro Henrique da Silva. Ele repassou os setenta e cinco reais à agricultora Maria Geni do Nascimento, candidata a vereadora no município de Santa Cruz da Baixa Verde, no sertão de Pernambuco.
Pedro Henrique, o doador, estuda letras na Universidade Federal Rural de Pernambuco. Recebe da instituição um auxílio para o custeio do seu transporte. Nada a ver com o programa assistencial da União. Geni, como a candidata se apresentou aos eleitores, é filiada ao PDT. Ela sim é beneficiária do Bolsa Família. Recebe do governo R$ 91 por mês. A doação de R$ 75 foi a única que ela recebeu. Teve escassos 13 votos. Não se elegeu.
Em notícia veiculada no diário Jornal do Commercio, o repórter Lucas Moraes informa que o Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco atribuiu o erro à própria candidata. Nessa versão, a agricultora Geni teria se equivocado ao anotar o valor que recebera no sistema eletrônico do TSE. “Ela digitou zeros demais”, disse Raquel Salazar, servidora da Corregedoria do TRE. Restou explicar por que diabos o Tribunal de Contas da União, responsável pelo cruzamento dos dados, atribuiu ao doador e não à receptora a condição de beneficiária do Bolsa Família.
A nota que o TSE divulgara no seu site na segunda-feira, embora tivesse sofrido atualização, mantinha os erros até a madrugada desta quarta-feira. Repare o trecho abaixo, copiado pelo repórter às 2h33. O episódio confirma a maxima segundo a qual errar é humano. Botar a culpa nos outros também.
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