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Em visita à Argentina, o novo ministro das Relações Exteriores, José Serra, se encontrou com o presidente Mauricio Macri e com a chanceler Susana Malcorra nesta segunda-feira. Em sua primeira viagem oficial como o novo comandante do Itamaraty, Serra firmou um acordo de "coordenação política" entre os dois países, defendeu a flexibilização do Mercosul e reafirmou a legitimidade do processo de impeachment no Brasil.
O ministro foi recebido por Macri na Casa Rosada no que foi chamado de uma "visita de cortesia". Serra classificou como "muito proveitosa" sua viagem a Buenos Aires e garantiu que a Argentina será o primeiro país que Temer visitará quando puder se ausentar do Brasil, algo que a "conjuntura política e econômica torna praticamente inviável" no momento. "Brasil e Argentina configuram uma parceria positiva", afirmou.
No encontro, Serra e a chanceler argentina firmaram um acordo para a criação de um "mecanismo de coordenação política" entre os países. O entendimento busca "o intercâmbio de opiniões" e o "acompanhamento de projetos estratégicos" entre os países, e prevê ao menos duas reuniões a cada doze meses, uma delas no início do ano e outra antes da Assembleia-Geral da ONU, para afinar os discursos e definir uma "agenda comum de trabalho".
Mercosul - Sobre o Mercosul, Serra defendeu trabalhar para "conseguir negociações mais flexíveis" que permitam ao bloco concretizar acordos bilaterais. "Nossa estratégia é a de criar mecanismos que agilizem, facilitem e flexibilizem a possibilidade de negociação com terceiros. Então vamos investir na velocidade e flexibilidade", afirmou o ministro em entrevista coletiva em Buenos Aires. Segundo Serra, a proposta foi "bem recebida" pelo governo Macri.
Durante a visita, dezenas de pessoas protestaram contra o impeachment em Buenos Aires. O grupo gritava "Fora, Temer" e carregava cartazes chamando Serra de "golpista". Ao lado da chanceler argentina, o ministro das Relações Exteriores voltou a defender a legitimidade do processo que afastou Dilma Rousseff. "O que aconteceu foi um processo traumático, mas dentro da legalidade da Constituição", afirmou. Malcorra concordou: "Se em algum momento verificarmos que não se respeitou a institucionalidade, vamos reagir, mas até agora não entendemos que seja assim e nos sentimos muito seguros neste sentido".
(Com agências AFP e EFE)
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