sexta-feira, 27 de maio de 2016

Alexandre de Moraes: 'Todos serão investigados'


O Ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, durante encontro com o presidente da República em exercício, Michel Temer, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF) - 16/05/2016
'Não há necessidade de troca', diz Moraes, sobre comando da Polícia Federal(Evaristo Sá/AFP)

Veja.com

O novo ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes, está sentado numa das cadeiras mais espinhosas da Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Nos últimos três meses, três pessoas comandaram a pasta. Para ter uma vida mais longa que a de seus antecessores, Alexandre de Moraes sabe que deverá dar espaço à Operação Lava Jato. "Vou dar total respaldo e maiores condições para combater a corrupção", diz ele. "Todos serão investigados, independentemente de quem seja", garante, constatando que a investigação do escândalo do petrolão chegou ao topo da organização criminosa, onde está a elite política do país, incluindo alguns ministros e colegas de governo.

Favorável à delação premiada e à participação da Polícia Federal na elaboração desses acordos, Alexandre de Moraes é, por outro lado, contrário à adoção da lista tríplice de candidatos mais votados pela categoria para assumir a diretoria-geral do órgão. "A diretoria da PF acha a lista tríplice necessária? Os superintendentes acham que ela é necessária? Não. Na verdade, quem acha que é necessária é só a Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF)", diz Moraes, que acabou comprando uma briga com os procuradores da República por dizer que o presidente não é obrigado a se submeter à lista apresentada pela categoria. A declaração foi interpretada como uma crítica direta à tradição da PGR. Ele alega, porém, que estava falando dentro de uma tese.

Acostumado a lidar com críticas e trabalhar sob pressão, Alexandre de Moraes foi secretário de Justiça de São Paulo em meio a revoltas do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e foi secretário de Segurança do governo de Geraldo Alckmin em São Paulo durante as manifestações sociais que tomaram a Avenida Paulista. "Ninguém me oferece uma embaixada na França, uma vaga bacana", brinca, sem desfazer a expressão séria.

Nenhum comentário: