sábado, 7 de maio de 2016

Aliados receiam que Cunha acabe sendo preso



Por Josias de Souza

Alguns dos mais leais integrantes da milícia parlamentar de Eduardo Cunha aconselharam ao presidente afastado da Câmara que suavize o seu estilo. Receiam que, se o personagem continuar urdindo manobras no conselho de ética para retardar a tramitação do pedido de cassação do seu mandato, o STF pode decretar sua prisão preventiva.

Numa das conversas, os interlocutores recordaram a Cunha o caso do senador Delcídio Amaral. Preso sob a acusação de tentar comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, Delcídio foi mencionado para realçar a seguinte percepção: hoje, o mandato parlamentar já não é um escudo intransponível.

A infantaria de Cunha está dividida. Uma ala defende que ele conserve a trincheira aberta. Outra aconselha-o a renunciar à Presidência da Câmara em troca de um acordo suprapartidário que lhe assegure a manutenção do mandato. Nas palavras de um interlocutor de Cunha, “ele ainda não opera no modo renúncia.” A pressão continua.

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