Apanhado na teia da Lava Jato, preso desde 23 de fevereiro em Curitiba, João Santana, o marqueteiro das campanhas petistas, incorporou em sua defesa o bordão dos clientes Lula e Dilma. Alega que “não sabia” da origem ilícita do dinheiro que recebeu.
O advogado de Santana, Fabio Tofic, tenta livrar o seu cliente do petrolão pela mesma porta de saída que foi usada por Duda Mendonça, marqueteiro de Lula em 2002. Duda também alegou que ignorava o esquema do mensalão. No julgamento do STF, prevaleceu a tese segundo a qual ele apenas recebeu por serviços prestados.
A chance de uma desculpa como essa vingar agora é menor. Entre outras provas, os investigadores da Lava Jato apalparam carta endereçada pela mulher de Santana, Mônica Moura, a um dos operadores dos desvios da Petrobras. Nela, a primeira-dama do marketing informa como gostaria de receber a verba de má origem no estrangeiro.
De resto, o escudo do “não sabia” já não protege nem Lula. Em denúncia protocolada no STF, o procurador-geral da República Rodrigo Janot anotou: “Essa organização criminosa jamais poderia ter funcionado por tantos anos e de uma forma tão ampla e agressiva no âmbito do governo federal sem que o ex-presidente Lula dela participasse.''
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