sexta-feira, 13 de maio de 2016

O rombo de bilhões deixado por Dilma


Dilma Roussef (Foto: AFP)

Época\FILIPE COUTINHO

Com provavelmente dois anos e meio de mandato pela frente,Michel Temer recebe um governo com tripla crise: econômica, política e administrativa. Os números mostram um país paralisado desde 2015, cuja presidência Dilma Rousseff recebeu na forma de um segundo mandato, mas que ela governou muito pouco ou quase nada.

Agora afastada, Dilma deixa para Temer uma Esplanada dos Ministérios em descompasso. Sem dinheiro, muitos ministérios,embora com uma folha de pagamento gigante, têm pouco a fazer. O Itamaraty, por exemplo, atrasa alugueis no exterior e sofre até com falta de papel higiênico. Temer pega um governo de cofres vazios e um país mais vigilante contra manobras fiscais e menos tolerante com aumentos de tributos.

Os números são claros. É possível que Temer retome a governabilidade e tenha amplo apoio de políticos e empresários? Sim. Mas, antes, precisará de dinheiro. Em março, o governo levou ao Congresso uma previsão de déficit na meta fiscal em R$ 96 bilhões. Temer terá, de imediato, a missão de aprovar esse projeto no Congresso. Embora esse valor como déficit seja astronômico, o valor inicial era um superávit de R$ 24 bilhões – a lei obrigaria o governo a praticamente parar para tentar se aproximar dessa meta. Ou seja, o rombo é inevitável. É com esse cenário que Temer deverá, ao mesmo tempo, tentar frear a queda na economia e atender ao apetite por cargos e espaço do PMDB. Para piorar, o governo Dilma superestimou em algo como R$ 90 bilhões a arrecadação para este ano.

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