domingo, 6 de março de 2016

Planalto recebeu dossiê fajuto para atingir Sergio Moro


Sabotagem: O juiz Sergio Moro é apontado como membro de uma conspiração armada por adversários do PT
Sabotagem: O juiz Sergio Moro é apontado como membro de
uma conspiração armada por adversários do PT
As tentativas do governo de obstruir as investigações da Operação Lava-Jato não tiveram como alvo apenas os ministros do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça. Para que o plano fosse bem-sucedido, era necessário também frear o trabalho dos delegados, dos procuradores do Paraná e do juiz Sergio Moro - os responsáveis pelo processo que desvendou o maior escândalo de corrupção da história do país, colocou na cadeia empreiteiros, políticos, lobistas e promove um cerco ao ex-presidente Lula. A presidente Dilma, ao que tudo indica, decidiu arriscar-se nesse terreno - e escalou para a missão o seu assessor mais poderoso: o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner. Ele tem em mãos um dossiê que acusa o juiz Moro de participar de uma conspiração com o objetivo de atingir o PT e seus líderes.

O documento, resultado de uma investigação paralela, foi entregue ao ministro no fim do ano passado. Com o pomposo nome de "Relatório de Inteligência", ele traz um organograma do que estaria por trás das investigações da Lava-Jato. É um trabalho digno de "aloprados", como Lula definiu em 2006 os petistas que compraram um dossiê fajuto para tentar envolver o tucano José Serra, então candidato a governador de São Paulo, numa quadrilha que desviava verbas do Ministério da Saúde. Na época, a Polícia Federal desmontou a farsa e prendeu em flagrante a arraia-miúda responsável pela falsificação, mas, de novo, os mandantes conseguiram se safar. Desta vez, os mentores do plano têm nome e sobrenome.

No fim do ano passado, Jaques Wagner recebeu em uma audiência no Palácio do Planalto dois policiais federais ligados a sindicatos que representam a categoria. A audiência não foi registrada na agenda do ministro. O cuidado tinha explicação. Os agentes foram levar um dossiê de seis páginas que acusa o juiz Moro, os procuradores, os delegados da Operação Lava-Jato e até os advogados de réus que decidiram colaborar com a Justiça de estarem todos a serviço de um grande plano do PSDB para implodir o PT e o governo. Um diagrama com fotos anexado ao dossiê tenta estabelecer essas conexões. O esquema mirabolante envolve na trama até mesmo uma multinacional "interessada" em destruir a Petrobras. O portador do documento foi o policial Flávio Werneck, presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Distrito Federal (Sindipol) e vice-presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef). A audiência foi acompanhada pelo também petista Tião Viana, governador do Acre.

Procurado por VEJA, Werneck admitiu que levou o dossiê ao ministro. Ele explicou que apresentou o caso ao Planalto por se tratar de uma denúncia grave, num momento delicado pelo qual passa o país. "Temos um problema de anacronismo na investigação, que já tem dois anos e vem pegando pontos-chave de empresas e do governo. Isso afeta diretamente a economia", explicou o agente. Jaques Wagner, depois de ler o con­teú­do, teria dito apenas que encaminharia o dossiê para "um promotor baiano de sua confiança dar sequência ao assunto". Os sindicalistas aproveitaram a reunião para pedir reajuste salarial e repisar outras reivindicações da categoria - reivindicações que o ministro se comprometeu a atender.

O envolvimento do chefe da Casa Civil numa operação desastrada para obstruir as investigações é mais uma grande dor de cabeça para o governo. Na semana passada, Jaques Wagner recebeu da presidente Dilma Rousseff carta branca para escolher o substituto de José Eduardo Cardozo no Ministério da Justiça, pasta à qual está subordinada hierarquicamente a Polícia Federal. O eleito de Wagner para a vaga foi o promotor baiano Wellington Lima e Silva, até então uma figura desconhecida nacionalmente, mas famosa na Bahia por uma longa folha corrida de serviços prestados ao PT e ao hoje ministro da Casa Civil. A troca acontece no momento em que as investigações apontam para conexões do escândalo na Bahia. A polícia colheu indícios de que dinheiro desviado do petrolão pode ter financiado em 2014 a campanha do petista Rui Costa, sucessor de Wagner no governo. Uma nota fiscal apreendida revelou um repasse de 255 000 reais da OAS, uma das empreiteiras envolvidas no escândalo, para a empresa Pepper Comunicação. Os investigadores já sabem que houve uma simulação de prestação de serviço. O dinheiro, na verdade, teria sido remetido clandestinamente para saldar dívidas da campanha do PT na Bahia. A substituição de Cardozo também chamou atenção por ter acontecido às vésperas da ação da Lava-Jato contra o ex-­presidente Lula, de quem Wagner é um fiel escudeiro.

Na revista Veja desta semana

Um comentário:

AHT disse...

NADA MUDARÁ, SE O POVO NÃO SE DECIDIR PELA AÇÃO E A OPOSIÇÃO CONTINUAR INDIFERENTE À REALIDADE.

Um dos problemas do Brasil: ser entretido pelo TRIO ILUSIONISTA, formado pelo PT, PMDB e PSDB.

Sexta-feira, 4/abril/2016, surpresa para 205 milhões de brasileiros: Lula foi conduzido coercitivamente para prestar depoimento à Lava Jato. Todo mundo agitado, TV e Internet noticiando e comentando, mas a Oposição estaria discutindo a eleição de 2014 e não captou a “ocorrência” em tempo.

Nesse dia, no Tabuleiro Nacional de Xadrez, a Lava Jato aplicou um "xeque" no Lula e no que ele representa. Friamente analisando, Lula auferiu significativa vantagem: pôde discursar e provocar dúvidas entre aqueles que há pouco tempo eram eleitores e favoráveis a ele, mas ao sentirem os efeitos da atual Crise, tinham aderido ou prestes a aderir à população insatisfeita e manifestando “Fora PT, Dilma e Lula”.

Depois que o Lula depôs e foi liberado, discursou ao vivo pela TV e inflamou a sua plateia particular — a cúpula, escalões e militantes do PT e aliados. A cobertura, principalmente da TV, melhor não poderia ser: uma verdadeira propaganda eleitoral gratuita em favor do “Lula candidato em 2018”. De fato, uma produção bem elaborada e tempo mais do que suficiente para o Lula se defender, dar uma forcinha para a Dilma, chuchar e motivar o PT à luta, atacar a Oposição, a imprensa golpista e a Lava Jato. Pela Lava Jato, seus porta-vozes: comportados e tímidos diante das câmeras e microfones. Pela Oposição, há de se convir: nesse dia, estaria nos gabinetes e acompanhando tudinho pela TV?

Os efeitos das falas de Lula já podemos aferir a partir de agora. Não será surpresa nos depararmos com previsíveis opiniões e frases, tais como:
“Quem tem a Mídia do seu lado e um marqueteiro expert em manipular a Opinião Pública terá grandes chances para virar o jogo a seu favor. Ainda mais com essa tímida Oposição, sempre apática (seria rabo preso?).”
• "Pensando bem, foi sacanagem o que fizeram com o Lula sexta-feira que passou.”
• “Ele nunca se negou a prestar declarações.”
• “Pode até ser que tenha roubado e deixado roubar, mas o que fez de bom para o povo, nunca antes teve outro igual.”.


No Tabuleiro Nacional de Xadrez, ao povo vem sendo destinada apenas a função de "peão" ou, no máximo, "cavalo". Mas, justiça seja feita: xadrezista e estatisticamente calculando e tendo-se por base dados da época da “Copa do Mundo de 70”, concluiremos: “À cada noventa milhões de habitantes surge do meio do povo, e de fato surgiu, um Líder com chances de ser Estadista, considerado por seus mais entusiasmados admiradores como o Salvador da Pátria.”

Portanto, considerando-se que a atual população do Brasil é estimada em 205 milhões, eis a questão: “Cadê outros dois, ou pelo menos um que tenha se destacado como proeminente Líder e com chances de vir a ser exemplar e eficaz Presidente da República, um Estadista aos olhos de outras Nações, e não um “rei” exímio e genial ilusionista?

O “rei”, para sucede-lo, optou por eleger e reeleger uma “bispa”, mas ele e a “bispa” traíram os “peões”, “cavalos” e “torres” e... (cada leitor completará este parágrafo. Estamos combinados?)

Tomara que a Lava Jato seja excelente em estratégias e táticas do Xadrez, capaz de aplicar “xeque mate” e ganhar o dificílimo embate, conquistando a tão desejável Taça e o Prêmio de valor incalculável bancado por alienígenas visitando a Terra: “Extirpar 99,99% da canalha corrupta e virulenta que está sugando e depauperando o Brasil.”

De nada adiantas sonhar e contar que a Lava Jato e outras Operações conseguirão — sem o apoio do Povo, dos políticos verdadeiramente de escol e das Instituições Públicas e Civis —, tornar realidade a única solução para os problemas e males que tanto afligem a Nação Brasileira: tornar o ESTADO VERDADEIRAMENTE DEMOCRÁTICO DE DIREITO!

No Brasil, utopia? Em alguns países é realidade. Portanto...

AHT
06/03/2016