Os petistas, sempre inflamados quando acusados de corrupção e outras delinquências, insistem em afirmar que “não vai ter golpe”. Cobrar a prisão de marginais com mandato, exigir o fim da corrupção e clamar pelo fim da crise econômica não é golpe, mas um direito assegurado a todo cidadão, não sem antes ser um inquestionável dever cívico.
Se há no momento, no Brasil, alguém planejando um golpe, por certo essa manobra está ocorrendo nos subterrâneos petistas. Pressionada pelos “companheiros” de legenda a instalar o lobista-palestrante em um ministério qualquer, Dilma Rousseff, a presidente sem poder, não teve outra saída que não a de convidar o antecessor para um cargo que lhe garanta o malfadado foro privilegiado, algo que os mortais desconhecem o que é.
Dilma é famosa por sua arrasadora incompetência, mas não é uma ignara em termos políticos. A petista sabe que colocar Lula na Secretaria de Governo da Presidência é decretar o fim de um governo que mal começou, sendo que até aqui foi marcado por escândalos de corrupção, prisão de “companheiros” e acirramento da crise econômica.
A um passo de ser preso na esteira da Operação Lava-Jato, o ex-presidente sabe que sua trajetória política está à beira do precipício e a poucos centímetros de uma queda livre. Ou seja, Lula é um arruinado que planeja um golpe branco para se safar da prisão e tentar salvar um currículo manchado pela corrupção. Como o próprio lobista da Odebrecht disse certa feita, “nunca antes na história deste país”.
Mesmo assim, o que aos brasileiros de bem representa um golpe branco, mas imundo, para Dilma pode ser a tábua de salvação. Assim como para Lula. Fazer de Lula um ministro de Estado sob a desculpa de que o ex-metalúrgico ajudará o governo sair da crise é desdenhar a capacidade de raciocínio da sociedade brasileira. No momento em que Lula, o criador, desembarcar em Brasília na condição de ministro, Dilma, a criatura, será uma mera coadjuvante.
É fato que por direito Dilma Rousseff seguirá como dona da caneta presidencial, mas na prática será uma reles cumpridora das ordens de Lula. O golpe engendrado pelo ex-presidente já começou, mesmo que o primeiro capítulo tenha demorado mais do que o planejado. Após ejetar José Eduardo Martins Cardozo do Ministério da Justiça, Lula conseguiu emplacar no cargo, durante pouco mais de uma semana, alguém que acatasse suas ordens.
Wellington César Lima e Silva, membro do Ministério Público da Bahia, preferiu ficar onde estava antes de virar ministro, pois renunciando à carreira estaria abrindo mão de uma diferença salarial de R$ 20 mil mensais ou mais. Considerando que o governo Dilma está prestes a acabar, Wellington César voltou para casa. Para o seu lugar o governo escolheu Eugênio José Guilherme de Aragão, sub-procurador-geral da República.
O anúncio do nome de Aragão como próximo ministro da Justiça foi suficiente para provocar uma reação em cadeia na Polícia Federal, especialmente entre os que investigam a Operação Lava-Jato. A PF está em marcha para conseguir a independência do órgão e a indicação de Aragão pode ser mais um obstáculo a ser superado. Apesar de ser dono de perfil técnico e crítico do próprio Ministério Público, Eugênio Aragão não assumirá a pasta blindado contra as pressões palacianas, que devem crescer substancialmente caso Lula seja transformado em ministro.
O projeto do PT é esvaziar ao máximo a Lava-Jato, fazendo com que os desdobramentos da operação percam força e sentido. Isso porque o futuro político do PT – e o de Lula também – depende de um golpe contra a Lava-Jato, o que permitira que os acusados e condenados recorressem das decisões da Justiça.
Lula deu mostras inequívocas de sua disposição de liquidar a Lava-Jato durante o depoimento que prestou à força-tarefa da operação, em 4 de março, após condução coercitiva por parte da Polícia Federal. A ousadia e o deboche do ex-presidente ao responder as perguntas formuladas pela autoridade policial eram motivos suficientes para levá-lo à prisão por desacato. Acreditando estar acima da lei e que nada ou ninguém poderá detê-lo, Lula deveria ser o alvo maior da indignação popular, pois Dilma é um peso morto que a qualquer momento cai da cadeira presidencial. (UCHO.INFO)
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