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A lenta, gradual e segura saída do PMDB do governo moribundo de Dilma Rousseff será finalmente formalizada nesta terça-feira (29). Os chefes do partido seguiram o plano definido logo após os protestos de 13 de março, quando milhões de brasileiros foram às ruas pedir o impeachment de Dilma. A distensão entre PT e PMDB transcorria desde o começo do segundo mandato da presidente, acelerou-se com o agravamento da crise econômica e tornou-se inevitável após a carta do vice-presidente Michel Temer a Dilma. As expressivas manifestações de março permitiram aos chefes do PMDB justificar um desejo político como obrigação cívica.
O PMDB quer o impeachment de Dilma porque, oras, cobiça o poder. Mas os chefes do partido, como profissionais da política, sabem que Temer precisa ser, como ensina José Sarney, ungido à Presidência. É preciso haver consenso - ou a aparência de consenso. Por isso Temer permaneceu quieto nas últimas semanas. Era necessário que os outros trabalhassem pelo nome dele, para blindá-lo do assédio de Lula, enquanto Dilma e o PT insistissem nos previsíveis erros táticos que conduziriam, como conduziram, o governo petista ao desengano político. Temer, Sarney, Renan Calheiros, Eduardo Cunha e os demais líderes do PMDB, na verdade, nem precisavam acertar. Precisavam apenas que Dilma e Lula continuassem errando.
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