Volto à troca de guarda no ministério da Justiça, com a saída de José Eduardo Cardozo e a chegada de Wellington César, homem de Jaques Wagner, que é ministro da Casa Civil e braço de Lula no governo.
Vocês conhecem a máxima de que não basta à mulher de César ser honesta. Ela também precisa parecer. No limite da hipocrisia funcional, a dita mulher nem seria honesta, mas, ao menos, faria um esforço para parecer, salvando, assim, as aparências e preservando o poder de passar por um vexame.
Um governo está em maus lençóis quando, incapaz de ser honesto, porque não é de sua natureza, já não consegue nem mesmo fingir a seriedade para salvar as aparências e preservar o decoro..
É o que se passa, nesse momento, com o governo Dilma. A substituição do ministro da Justiça não obedeceu nem mesmo ao ritual da hipocrisia. Todo mundo sabe o que todo mundo sabe. Todo mundo entende o que todo mundo entende. Todo mundo viu o que todo mundo viu.. O objetivo é um só: buscar um caminho para interferir na Polícia Federal.
A mudança foi imposta a Dilma goela abaixo. Mais uma. Lula já não se ocupa mais em disfarçar. Os petistas, que aparelham tudo, resolveram, agora, aparelhar o aparelho. Vale dizer: o governo Dilma está sob a intervenção de um ente que já nem é mais o petismo; está sob a estrita vigilância do lulismo.
É evidente que se foi qualquer sombra de dignidade. O jogo se explicitou. Dilma não tem para onde correr. Se quiser o apoio incondicional do petismo, tem de entregar o governo e a honra. Se resolver comprar a briga, ficará no meio do fogo cruzado porque é evidente que a oposição também não irá socorrê-la . Nem deve. Lugar de oposicionista é na rua, cobrando seu afastamento.
O delírio no petismo é tal que setores do partido reclamaram da forma como foi escolhido o novo ministro. Queriam Wadih Damous (RJ) ou Paulo Teixeira (SP), ambos deputados federais, notavelmente agressivos no trato com a oposição. Isso é um sinal de que o PT está entendendo o exercício do poder como ação de seita ou de milícia.
É claro que vai dar tudo errado. E essa é a boa notícia.
Por Reinaldo Azevedo
Por Reinaldo Azevedo
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