Josias de Souza
Quem olhar para o PSDB nesta terça-feira acreditará na possibilidade de paz no Oriente Médio. A ameaça de José Serra de abandonar o ninho tucano terminou em bocejo.
Depois de conversar com o desafeto Aécio Neves, Serra decidiu ficar. Descobriu nas últimas semanas que continua sendo uma alternativa presidencial maravilhosa. Mas o mundo não sabe.
Armou-se uma coreografia para justificar a permanência de Serra. Coube a Aécio fazer o primeiro movimento. Divulgou uma nota oficial. “José Serra é uma figura indispensável ao PSDB, de tal forma que sempre foi difícil para mim conceber nosso partido sem ele”, anotou.
Num simulacro perfeito de sinceridade, Aécio tratou Serra como um presidenciável esperando para acontecer: “A presença de José Serra em nossas fileiras fornece a nós, tucanos, e aos partidos aliados uma opção de grande dimensão política a ser avaliada no momento e segundo critérios adequados para o sucesso da luta comum.”
Dando sequência ao balé, Serra veiculou um texto no Facebook: “A minha prioridade, é derrotar o PT, cuja prática e projeto já comprometem o presente e ameaçam o futuro do Brasil”, escreveu, antes de fazer pose: “O PSDB, partido que ajudei a conceber e a fundar, será para mim a trincheira adequada para lutar por esse propósito. A partir dela me empenharei para agregar outras forças que pretendem dar um novo rumo ao país.”
Eis o que você deve reter:
1. Candidato por outra legenda, Serra dificultaria a entrada de Aécio em São Paulo, dividindo com ele um eleitorado que já se prenuncia difícil de conquistar. Não fosse por essa razão, Aécio talvez nem cumprimentasse Serra.
2. Serra tentou de tudo para virar candidato. Mas, tudo não quis nada com ele. A bordo do PPS, teria um tempo de propaganda mixuruca. Os financiadores de campanha torceram o nariz. E Serra se deu conta de que a coragem é essa curiosa qualidade que foge justamente nos instantentes de maior apavoramento.
3. A taxa de desunião do PSDB não aumentou. Continua nos mesmos 100%.
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