Os jornalistas Fausto Macedo e Bruno Boghossian revelam na edição de hoje do Estadão, um diário feito pelo ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), Paulo Vieira, durante os dias em que passou preso. Na verdade um roteiro do que será sua defesa, como explica a reportagem. Mas achei interessante a relação dele com o ex-auditor do Tribunal de Contas da União que o delatou, Cyonil Borges: “Ficamos amigos.” Em outro trecho, escreveu: “O sr. Cyonil tentou s/ sucesso virar sócio meu. (…) Tínhamos plano de ganhar muito dinheiro. (…) Não tendo êxito, virou nosso inimigo”.
É ou não fala de facção? ‘Tínhamos plano de ganhar muito dinheiro, mas como ele não conseguiu virar meu sócio, virou nosso inimigo’. Assim, normal. Como se o plano de ganhar dinheiro fosse de forma lícita.
Diário de prisão detalha ligações de Vieira com Rose e ex-adjunto da AGU
Isolado no cárcere, Paulo Vieira escreveu seu diário. Em letras miúdas, rabiscou os primeiros passos de sua defesa. As anotações descrevem minuciosamente situações e relacionamentos com personagens como Rosemary Noronha, ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo, e José Weber Holanda, ex-advogado-geral adjunto da União. Elas revelam um homem angustiado, que quer ir à Justiça apresentar seus argumentos e rebater ponto a ponto a Operação Porto Seguro, da Polícia Federal, que lhe confere papel decisivo na suposta trama para compra de pareceres técnicos de órgãos públicos.
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