Todo ano que sucede as eleições para os municípios é a mesma história. Prefeitos saem deixando as finanças das cidades em pandarecos. Prefeitos entram cancelando contratos essenciais para a população e atrasando salários do funcionalismo e dos fornecedores. O antecessor deixa uma bomba armada para o sucessor que, via de regra, precisa gastar dois anos para sanear as finanças, um ano para governar e o último ano para, então, ele próprio, armar a bomba para o próximo, já que dificilmente será reeleito por quê? Porque não consegiu cumprir nem a metade do que prometeu.
A pergunta que fica é: por que os nossos deputados e senadores não legislam sobre o tema, com severidade? Por que não criam uma lei específica para resolver esta ponta do iceberg da corrupção brasileira? Por exemplo: que os prefeitos sejam obrigados a deixar em caixa, ao fim do seu mandato, pelo menos dois meses de todas as despesas, sem considerar a receita. Querem ver como é simples? Um mandato tem 48 meses. Basta que economizem, mensalmente, cerca de 4% do orçamento municipal. Que sejam obrigados, por lei, a recolher este valor para uma conta especial. O novo prefeito assumiria em condições de governabilidade. O prefeito antigo seria obrigado a fazer uma gestão enxuta ou não conseguiria poupar este valor, mensalmente. Ou seria condenado por improbidade administrativa, perderia os seus bens e acabariana cadeia.
No entanto, o que assistimos, hoje, é o caos municipal. Em fevereiro, será a lama da corrupção. Fornecedores especializados em salvar prefeituras lá chegarão com novos contratos, hiperfaturados e com adiantamentos, para dar o fôlego inicial ao novo gestor. As Deltas da vida. É preciso fazer leis para moralizar a gestão pública. Cabe ao eleitor exigir tal comprometimento dos seus deputados e senadores.
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