Congresso pode elevar verba do setor, mas não debate como empregar recurso
No começo de julho, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, fez uma observação que provocou toda sorte de protesto. Referindo-se ao Plano Nacional de Educação (PNE) que tramita no Congresso, e que propõe elevar para 10% do Produto Interno Bruto (PIB) os investimentos em educação, ele sentenciou: “Desse jeito, o Plano de Educação quebra o estado". A revolta nos círculos (e redes) sociais é compreensível. Afinal, ninguém jamais ouviu o ministro da Fazenda se opor de forma tão contundente a outros desperdícios do estado brasileiro como os vultosos salários e gratificações do Congresso Nacional, o elevado custeio da máquina pública ou o tamanho do funcionalismo. Mas, apesar de ser consensual a necessidade de ser dar um salto de qualidade na educação, é preciso admitir que a análise do ministro da Fazenda não de todo é infundada. Dobrar simplesmente o atual patamar de gasto com educação (5% do PIB) implicaria em lançar 200 bilhões de reais a mais na coluna das despesas públicas até 2020. De onde sairia o dinheiro? Como essa soma impactaria a situação fiscal do país? Essas perguntas continuam sem resposta. Assim como continuam obscuras noções que poderiam profissionalizar as discussões sobre o PNE: de quanto dinheiro a educação precisa, onde consegui-lo e como
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