sábado, 28 de julho de 2012

CANIBALISMO EXPLÍCITO


Por Carlos Chagas


Sponholz

Entre os mensaleiros, a confusão é geral. Chocam-se suas versões, num espetáculo de canibalismo explícito que só favorece o Ministério Público. No fim, todos são culpados. Para defender-se, cada um ataca o parceiro de ontem . Não sobra ninguém livre de acusações. Tudo numa espécie de ensaio geral esta semana encenado na mídia através de entrevistas e declarações. Imagine-se a partir de quinta-feira, quando os atores entrarão no plenário do Supremo Tribunal Federal, por meio de seus advogados.

Sequer o Lula é poupado, ainda que permaneça fora do processo. Até de operador principal do mensalão o ex-presidente foi chamado. Sabia? Não sabia? As mensalidades de 30 mil reais eram para pagar dívidas de campanhas anteriores ou para garantir votos para o governo? Delúbio Soares recebia instruções de José Dirceu? E José Dirceu, de quem? Dinheiro público era desviado através do superfaturamento de propaganda encomendada pelo Banco do Brasil? O Banco Rural recebia compensações pelos empréstimos liberados? Marcos Valério partia, repartia e ficava com alguma parte? José Genoíno informava o diretório nacional do PT ou era apenas desinformado?

Não tem fim essas e outras indagações agora respondidas pelos próprios réus. Mesmo conflitantes, suas denúncias vão derrubando as próprias defesas, como num castelo de cartas impossível de ser mantido de pé. Um único comentário resume tudo: bem feito para eles!

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