Um relatório encaminhado a CPI mista do Cachoeira pelo Tribunal de Contas de Goiás revela como até a Polícia Militar goiana sofria com os serviços prestados pela empreiteira Delta. Em 2009, a gestão do então governador Alcides Rodrigues fechou um contrato de 66 milhões de reais com a Delta para a locação de 1 585 veículos da frota da PM no estado.
Os técnicos que assinam o relatório foram a campo em 2010 para verificar se as viaturas apresentavam as especificações técnicas registradas em contrato. O resultado da análise, por triste, chega a ser cômico, a começar pelo modelo do carro: um Fiat Palio 1.0 Flex, sem espaço interno ou condições de estabilidade para realizar perseguições policiais, segundo relatos dos policiais.
Para piorar, os carros foram entregues sem componentes básicos, como o jogo de tapetes, e não estavam equipados com itens estratégicos para o trabalho policial, como o rádio transceptor. O ponto mais irônico das viaturas estava no porta-malas. Além de serem pequenos para o transporte de presos, os bagageiros das viaturas eram equipados com “trava anti-sequestro”, permitindo ao bandido abrir a viatura pelo lado de dentro.
A auditoria do Tribunal de Contas de Goiás ainda verificou que pelo menos oito viaturas da Polícia Militar, que deveriam integrar o efetivo de patrulhamento nas ruas, estavam sendo utilizadas, sem caracterização, na Assembleia Legislativa, no Gabinete Militar da Governadoria, no Detran e até no Tribunal de Justiça e no Ministério Público goiano.
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