domingo, 4 de março de 2012

Uma Copa do Mundo de chutes no traseiro




Aldo Rebelo: “O governo brasileiro não pode receber essas ofensas sem declarar inaceitáveis e não aceitará mais o secretário-geral como interlocutor da Fifa nesses assuntos.”
Foto: Jorge William/19-1-2012 / O Globo

O ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, disse, na manhã deste sábado, que não vai mais aceitar o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, como interlocutor da entidade com o governo brasileiro. Rebelo considerou inaceitáveis as críticas feitas por Valcke na sexta-feira, quando afirmou que não havia muita coisa se mexendo no país para a realização da Copa do Mundo de 2014 e que os organizadores mereciam levar um "chute no traseiro".

— O governo brasileiro não pode receber essas ofensas sem declarar inaceitáveis e não aceitará mais o secretário-geral como interlocutor da Fifa nesses assuntos -- disse o ministro.

Valcke diz que decisão de Rebelo é ‘infantil’

Em Londres, Valcke classificou como "infantil" a decisão do Ministério do Esporte: "Se o resultado (de minhas declarações) é que não querem mais falar comigo, se não sou a pessoa com quem querem trabalhar, então é um pouco infantil. Vou viajar ao Brasil no dia 12 de março", disse Valcke em Londres, indicou a Fifa à AFP.

O linguajar usado por Valcke, afirmou o ministro do Esporte, seria considerado ofensivo mesmo entre amigos ou ambiente familiar. Ele lembrou que sempre buscou manter boas relações com a Fifa, e chegou a receber representantes da entidade em sua própria casa. As críticas feitas pelo ministro se dirigiram exclusivamente ao secretário-geral.

Ricardo Teixeira: ‘Fifa pode ficar tranquila’

Em comunicado oficial publicado no site da CBF, na noite deste sábado, o presidente da entidade, Ricardo Teixeira, afirmou que a Fifa 'pode ficar tranquila' em relação à organização da Copa do Mundo de 2014.

"Algumas questões na organização da Copa do Mundo podem parecer que avançam lentamente. Mas em todo processo democrático as discussões devem ser amplas e sempre levar em conta os interesses do povo. O Brasil não tem um dono, é uma democracia sólida e reconhecida mundialmente. O país e seus três poderes devem ser respeitados sempre", diz um trecho da nota.


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