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O cardiologista Leonardo Vieira da Rosa, que denunciou na semana passada o médico de Lula e Dilma, Roberto Kalil Filho, foi demitido na última sexta-feira do Hospital Sírio Libanês e afirma que o fato "com certeza" é “perseguição” por conta do processo que abriu na Justiça. Uma carta foi enviada por ele na quarta-feira 15 à Promotoria do Estado de São Paulo, aos cuidados do promotor Arthur Pinto Filho, e acusa Kalil de formação de quadrilha e tráfico de influência. Um dia após o envio da carta, o médico disse ter ido até o hospital para perguntar qual seria sua função a partir de então – já que atuava como médico pesquisador e seus projetos teriam sido “bloqueados na mesma hora”. No dia seguinte, recebeu um email comunicando seu desligamento da instituição.
Vieira da Rosa acusa o cardiologista de Lula de tê-lo colocado no cargo de pesquisador no hospital – uma posição melhor, segundo ele, já que não precisava fazer plantões e lidava “apenas com o intelecto” – para tentar comprá-lo e não permitir assim que fosse adiante com suas acusações, que se estendem a irregularidades cometidas internamente no Instituto do Coração (Incor) e no Sírio Libanês.
Essa não é a única “perseguição” que o cardiologista afirma sofrer. Ele foi demitido do Incor por justa causa em fevereiro do ano passado, sob alegação de ter agredido outro médico, fato que nega. “Eu tenho certeza, arrumaram um motivo pra me botar para fora”. A razão, segundo ele, seriam novamente as irregularidades que diz denunciar com frequência, via emails e pessoalmente, em reuniões internas. O médico também acusa de “conflito de interesses” o fato de ter sido jubilado em seu doutorado na USP. Sua orientadora teria desistido de sua tese devido a conflitos internos, motivados novamente por suas denúncias.
Sobre a richa e a raiva especial por Kalil – quem já chegou até a apoiar antes – ele mesmo admite ser, em parte, pessoal, já que o renomado cardiologista não reabriu sua sindicância no Incor – que o acusava de agressão – quando assumiu a chefia do hospital, em novembro passado. “Com certeza acaba sendo pessoal, é óbvio, acreditei numa causa, num ideal, e fui enganado”, afirma. Sem cansar de tentar emplacar tantas denúncias, nem da perseguição que diz sofrer já por anos, Vieira da Rosa confessa que o que mais deseja nessa história é voltar para o Incor, de onde alega ter saído injustamente. “Eu vou entrar de cabeça erguida. Que leve dez anos, mas eu volto”, diz.
Um comentário:
Mas quem mandou ela falar a verdade ? Neste pais é assim mesmo, se fala a verdade e se é punido.
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