domingo, 15 de janeiro de 2012

Novatos ofuscam caciques no Senado


O Globo


Numa Casa por onde passaram, em 2011, 40 ex-deputados federais, 36 ex-governadores e três ex-presidentes da República, um trio de senadores novatos conseguiu fazer diferença no Senado ano passado. Carimbados como "os independentes", o trio formado por Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), Pedro Taques (PDT-MT) e Ana Amélia Lemos (PP-RS) conseguiu furar o cerco dos caciques e se destacar num ano fraco na política e para a oposição.

Um baixinho e outro com cara e voz infantis, Taques e Randolfe estudaram a fundo o regimento, conseguiram relatorias importantes e $trabalho para o governo. Mais discreta e serena, mas com postura igualmente firme em relação ao governo, Ana Amélia, estrela do jornalismo gaúcho, também se sobressaiu com a ótima oratória e intervenções equilibradas.Convivência com quem antes mandou prender.

Senador mais novo da história da República, Randolfe chegou ao Senado disputando a presidência com José Sarney. Teve só oito votos, mas ficou conhecido. Propôs e dirige a única CPI em funcionamento, a do Ecad. Está em comissões cobiçadas, como Constituição e Justiça (CCJ), Relações Exteriores (CRE) e Meio Ambiente (MMA), e é relator do Estatuto da Juventude. No debate do Código Florestal, teve voto em separado, dificultando a vida do governo. O Código será votado de novo pela Câ$, mas Randolfe já trabalha pelo veto:

— Consegui colocar o código no colo da presidente na véspera da Conferência Mundial do Meio Ambiente. Ou ela veta ou passa por esse constrangimento.

Já assimilou o apelido de Harry Potter. Em duas ocasiões, foi barrado pela segurança do Senado ao tentar entrar vestido à paisana. Diz que o rosto de menino não o impede de se impor como senador, mas reconhece:

— Se eu tivesse a voz mais grossa, seria mais fácil. Recomendaram uma fono.

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