quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Procuradoria recorre ao TSE para cassar senadora do Amazonas

Folha - Poder

BRASÍLIA, DF, BRASIL, 20-01-2011, 12h50: Reunião do PCdoB na Camara dos Deputados, para anunciar apoio ao candidato do PT a presidencia da Camara, deputado Marco Maia (barba) a esq; a senadora eleita Vanessa Grazziotin. (Foto: Marcelo Camargo/Folhapress, PODER)

O Ministério Público Eleitoral recorreu ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para pedir a cassação da senadora Vanessa Grazziotin (PC do B-AM).

Pesam contra Vanessa, ex-deputada federal, acusações de abuso de poder econômico, compra de votos e captação e gasto ilícito de recursos no pleito de 2010.

Também estão na mira da procuradoria os dois suplentes da comunista --Francisco Garcia Rodrigues e Alzira Ferreira Barros-- e o deputado federal eleito Eron Bezerra, marido da senadora.

O ex-senador Arthur Virgílio (PSDB) atua como assistente da procuradoria em representações contra Eduardo Braga (PMDB) e Vanessa, eleitos para o Senado no Amazonas.
 
ACUSAÇÕES

Segundo a procuradoria, Vanessa e o marido usaram um programa estadual de desenvolvimento sustentável, o Zona Franca Verde, para conseguir votos.

No ano passado, o ex-governador Eduardo Braga (PMDB) foi acusado de faturar eleitoralmente em cima do programa --que distribui sementes e implementos agrícolas.

A senadora do PC do B também é suspeita de ter a campanha amparada por caixa dois. Algumas despesas eleitorais, de acordo com a procuradoria, não foram declaradas corretamente na prestação de contas.
 
LIGAÇÕES

A procuradoria ressalta que Eron Bezerra, marido da senadora, era secretário da Sepror (Secretaria de Produção Rural) até 31 de março de 2010, quando deixou o cargo para disputar as eleições.

O Idam (instituto de desenvolvimento agropecuário e florestal), ligado à secretaria, teria usado o programa Zona Franca Verde para conquistar votos.

No recurso, a procuradoria destaca o depoimento de um eleitor contra a chefe do Idam no município de Novo Remanso (AM): se votasse no casal, ele seria beneficiado com um motor.

O Ministério Público Eleitoral avalia que, entre setembro e dezembro de 2010, o instituto promoveu uma grande quantidade de gastos de materiais para doação de implementos agrícolas.

Em 2009, o Idam doou 7.209 motores a gasolina de 5 a 6 cv. Em 2010, ano eleitoral, o valor quase dobrou: até abril, foram distribuídos 12.878, segundo a procuradoria.

Sobre seu marido chefiar a Sepror, Vanessa diz não ver problemas, pois ele saiu da secretaria seis meses antes do pleito, alinhado às determinações da Justiça Eleitoral.

CABOS ELEITORAIS

Outra acusação envolve a empresa A.C Nadaf Neto Assessoria e Comércio Exterior, responsável pelo pagamentos dos cabos eleitorais com cartões bancários do Bradesco na campanha eleitoral.

A empresa é investigado pela Polícia Federal como mentora de um suposto esquema de compra de votos para os senadores Braga e Vanessa. A denúncia, do ex-senador derrotado Arthur Virgílio, diz que a empresa distribuiu a cabos eleitorais quantias de até R$ 1.200 em cartões do banco para comprar votos por R$ 50.

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