Folha - Poder
O Ministério Público Eleitoral recorreu ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para pedir a cassação da senadora Vanessa Grazziotin (PC do B-AM).
Pesam contra Vanessa, ex-deputada federal, acusações de abuso de poder econômico, compra de votos e captação e gasto ilícito de recursos no pleito de 2010.
Também estão na mira da procuradoria os dois suplentes da comunista --Francisco Garcia Rodrigues e Alzira Ferreira Barros-- e o deputado federal eleito Eron Bezerra, marido da senadora.
O ex-senador Arthur Virgílio (PSDB) atua como assistente da procuradoria em representações contra Eduardo Braga (PMDB) e Vanessa, eleitos para o Senado no Amazonas.
ACUSAÇÕES
Segundo a procuradoria, Vanessa e o marido usaram um programa estadual de desenvolvimento sustentável, o Zona Franca Verde, para conseguir votos.
No ano passado, o ex-governador Eduardo Braga (PMDB) foi acusado de faturar eleitoralmente em cima do programa --que distribui sementes e implementos agrícolas.
A senadora do PC do B também é suspeita de ter a campanha amparada por caixa dois. Algumas despesas eleitorais, de acordo com a procuradoria, não foram declaradas corretamente na prestação de contas.
LIGAÇÕES
A procuradoria ressalta que Eron Bezerra, marido da senadora, era secretário da Sepror (Secretaria de Produção Rural) até 31 de março de 2010, quando deixou o cargo para disputar as eleições.
O Idam (instituto de desenvolvimento agropecuário e florestal), ligado à secretaria, teria usado o programa Zona Franca Verde para conquistar votos.
No recurso, a procuradoria destaca o depoimento de um eleitor contra a chefe do Idam no município de Novo Remanso (AM): se votasse no casal, ele seria beneficiado com um motor.
O Ministério Público Eleitoral avalia que, entre setembro e dezembro de 2010, o instituto promoveu uma grande quantidade de gastos de materiais para doação de implementos agrícolas.
Em 2009, o Idam doou 7.209 motores a gasolina de 5 a 6 cv. Em 2010, ano eleitoral, o valor quase dobrou: até abril, foram distribuídos 12.878, segundo a procuradoria.
Sobre seu marido chefiar a Sepror, Vanessa diz não ver problemas, pois ele saiu da secretaria seis meses antes do pleito, alinhado às determinações da Justiça Eleitoral.
CABOS ELEITORAIS
Outra acusação envolve a empresa A.C Nadaf Neto Assessoria e Comércio Exterior, responsável pelo pagamentos dos cabos eleitorais com cartões bancários do Bradesco na campanha eleitoral.
A empresa é investigado pela Polícia Federal como mentora de um suposto esquema de compra de votos para os senadores Braga e Vanessa. A denúncia, do ex-senador derrotado Arthur Virgílio, diz que a empresa distribuiu a cabos eleitorais quantias de até R$ 1.200 em cartões do banco para comprar votos por R$ 50.
Nenhum comentário:
Postar um comentário