O IBGE divulgou hoje a inflação de fevereiro medida pelo IPCA-15. O culpado, desta vez, não foi alimento, mas educação, que sempre sobe nessa época do ano. A alta de 0,97% derruba a esperança de que no primeiro trimestre a inflação acumulada pudesse cair. Em 12 meses, o IPCA-15 subiu para 6,08%, bem perto do teto da meta.
Os dados mostram que é uma inflação resistente, provocada por várias razões: alimentos, crescimento do consumo, serviços. Está disseminada na economia, não há um fator apenas. Mesmo com a queda de alguns alimentos, como feijão, batata, arroz, a inflação não deu um refresco, porque a educação entrou e puxou a alta.
É uma inflação que preocupa, porque não é simples, não tem uma explicação só. Infelizmente, temos vivido uma dualidade: de um lado, os ministérios gastadores, de outro, o BC fazendo a política de elevar a taxa de juros.
O corte de R$ 50 bilhões não convenceu. O governo está criando outras formas de gastar, fora do orçamento, o que é perigoso. E vai continuar atacando a inflação apenas pelo BC, que pode ter a amarga tarefa de elevar de novo a taxa de juros.
Por Miriam Leitão
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