sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O drama dos desabrigados de Niterói

Quase um ano após a tragédia das chuvas, 380 pessoas que perderam suas casas continuam alojadas em condições precárias em unidade desativada do Exército

Há quase um ano, uma forte chuva levou o morro do Bumba ao chão. Manhã, tarde e noite o Brasil acompanhou os trabalhos dos bombeiros na montanha de terra, lixo e escombros. Em toda a cidade de Niterói, 170 pessoas morreram e 10 mil ficaram desabrigadas. Aos sobreviventes, o governo deixou a promessa do aluguel social e da compra de dois terrenos para funcionar como abrigos. Apenas parte do que foi prometido virou realidade. E, entre os que permanecem abrigados, há uma situação dramática, constatada nesta quinta-feira pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Atualmente, há cerca de 380 pessoas sem casas morando onde antes funcionava um Batalhão de Infantaria. Três integrantes da comissão visitaram o local para verificar as denúncias sobre a precariedade do alojamento e dos serviços prestados. Tudo se confirmou.

Na piscina, a água parada está suja e serve como moradia a girinos e a uma rã. Só há um banheiro em condições insalubres para cada um dos quatro pavilhões onde estão os alojamentos. Não há papel higiênico, a instalação elétrica dos chuveiros está exposta e os sanitários sem portas. O serviço de saúde é precário.

Não há médico na unidade, apenas um auxiliar de enfermagem e um técnico.

Entre os desalojados e desabrigados, há 168 crianças, sendo que aproximadamente cem ainda não voltaram à escola. No relatório confeccionado com as observações e conversas realizadas durante a visita do presidente da Comissão, Marcelo Freixo, do PSOL, e dos deputados Janio Mendes, do PDT, e Robson leite, do PT, consta a falta de atendimento de qualidade aos moradores e a ausência de infra-estrutura necessária para resguardar as famílias de forma digna.

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