Sérgio Moro precisa largar logo a toga e, uma vez transformado no futuro superministro e superxerife da Justiça — com a tarefa de caçar corruptos e bandidos —, começar a botar ordem na bagunça. A entrevista do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) na madrugada desta segunda evidencia que o doutor vai ter saudade da Lava Jato. A menos, claro!, que ele compre a pauta das alas, vamos dizer, mais duras do bolsonarismo, o que parece, em princípio, improvável. Mas nunca se sabe. O juiz que ganhou fama e prêmios internacionais como paladino na luta contra a corrupção já viu se esvair parte de sua reputação ao aceitar um cargo político O resto pode ir para o ralo caso venha a se tornar parceiro de uma agenda que não guarda muita intimidade com a tal democracia, ainda que pudesse ou possa contar com o apoio da população. A questão é de ordem legal e constitucional. Eduardo tratou de questões que dizem respeito à liberdade de expressão, abate de pessoas por “snipers”, maioridade penal aos 16 anos, mudança do Estatuto do Desarmamento, reverência a decisões do Supremo. O que pensará Moro, a estrela internacional, sobre todos esses assuntos?
Por Reinaldo Azevedo
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