O ministro indicado da Educação, Ricardo Vélez Rodrigues, divulgou uma carta nesta sexta. Leiam:
Leia íntegra da carta de Vélez:
Tive a honra de ser nomeado Ministro de Educação pelo presidente eleito Jair Messias Bolsonaro. O motivo que me levou a apoiar a candidatura à Presidência da República do candidato Bolsonaro foi simples: ele externou a opinião da grande maioria do povo brasileiro, explicitada no desejo de ver consolidada uma nova forma de fazer política, longe das velhas práticas clientelistas e da tradicional negociação de cargos por benefícios pessoais.
No cenário político que antecedeu as eleições, o candidato Jair Bolsonaro afinou-se com o desejo da grande massa dos setores populares, que estava cansada da república dos favores. As passeatas que percorreram ruas e praças Brasil afora, desde 2013, tinham como cerne a motivação de buscar uma nova forma de administrar o Brasil: em benefício dos cidadãos, que pagam impostos, colocando em função deles as instituições republicanas, corroídas pela corrupção em larga escala revelada pela Operação Lava Jato.
O candidato Bolsonaro explicitou esse desejo dos eleitores no seu slogan: “Menos Brasília e mais Brasil”.Quero deixar claro que o meu desejo é cumprir a contento o ideal proposto pelo nosso presidente eleito. A legislação e a gestão da Educação devem ir ao encontro das expectativas da sociedade. Devem levar em consideração primordialmente a dignidade das pessoas envolvidas, tanto os alunos quanto suas famílias, tanto os professores quanto os administradores.
A instrumentalização ideológica da educação em aras de um socialismo vácuo terminou polarizando o debate ao longo dos últimos anos. Pretendo colocar a gestão da Educação e a elaboração de normas no contexto da preservação de valores caros à sociedade brasileira, que, na sua essência, é conservadora e avessa a experiências que pretendem passar por cima de valores tradicionais ligados à preservação da família e da moral humanista.
A preservação de um pano de fundo de respeito à pessoa humana é fundamental. Não à discriminação de qualquer tipo. Não à instrumentalização da educação com finalidade político-partidária. Sim a uma educação que olha para as pessoas, preservando os seus valores e a sua liberdade. Precisamos recolocar a nossa Educação Básica, Superior, Profissional e Tecnológica em patamares que nos posicionem em destaque no contexto internacional. Assistimos a uma desvalorização da figura dos professores, notadamente no Ensino Fundamental e Médio.
Ora, essa situação negativa deve ser revertida mediante uma política educacional que olhe para as pessoas. O sistema educacional deve olhar mais para as pessoas ali onde elas residem: nos municípios. O Estado brasileiro, desde Getúlio Vargas, formatou um modelo educacional rígido que enquadrava todos os cidadãos, olhando-os de cima para baixo, deixando em segundo plano a perspectiva individual e as diferenças regionais. Tocqueville frisava que o município é a escola primária da democracia.
É o município que deve ser o foco na organização da nossa legislação educacional, olhando para as diferenças regionais e levando em consideração os interesses dos cidadãos onde eles residem. “Menos Brasília e mais Brasil”, apregoou o candidato presidencial eleito durante a campanha. Pretendo tornar realidade esse ideal. Brasil acima de tudo, Deus acima de todos.
Ricardo Vélez Rodríguez, ministro da Educação Indicado
Comento
É o mais palavroso texto sobre o nada em muito tempo.
A carta significa o seguinte: Veléz Rodriguez não tem a menor noção do que vai fazer na pasta, além de tentar preservar os “valores caros à sociedade brasileira, que, na sua essência, é conservadora e avessa a experiências que pretendem passar por cima de valores tradicionais ligados à preservação da família e da moral humanista”.
É “valor” demais em trecho tão curto, sem definir que diabos isso significa.
De resto, em nenhum lugar relevante do mundo se vai encontrar a definição de que a função da educação é “preservar valores”. Quais valores? E se estiverem errados ou forem avessos à realidade manifesta?
Para esse debate e para essas expressões da vivência, temos as religiões, a família, os clubes que organizam as pessoas segundo afinidades…
A educação, reitere-se, é a grande ferramenta de um salto que o país precisa dar rumo ao futuro. Não é mera retórica: sem um trabalho técnico, qualificado, de capacitação do ensino, não vamos a lugar nenhum.
Será que Vélez Rodrigues sabe como se distribui o financiamento do setor no país? Não parece.
Precisávamos de um ministro da Educação. Foi nomeado alguém que se candidata a bedel de Moral e Cívica.
Aguardem. Vem por aí muito confronto retórico sobre o nada.
Se algo der errado, fiquem tranquilos: bastará culpar a associação entre o comunismo e o globalismo, mediado pela “ideologia de gênero”.
A culpa será de Karl Marx, Antonio Grmasci, George Soros e, claro!, Pabllo Vitar.
Por Reinaldo Azevedo
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