O quase ex-juiz e futuro superministro da Justiça, Sérgio Moro, é considerado, assim, uma espécie de punidor-geral da República, função que não existe oficialmente, mas que está em muitas mentes por aí. A ele se atribuem até futuros poderes mágicos: extinguir a corrupção e o crime comum. Em entrevista, ele já mostrou também seu lado de, como vou chamar?, de perdoador-geral da República.
Indagado em entrevista sobre a situação de Onyx, homem-forte de Jair Bolsonaro na política e futuro chefe da Casa Civil, que admitiu ter recebido R$ 100 mil em 2014, via caixa dois, da JBS, o notável e notório juiz demonstrou que pode ter um coração de manteiga. Moro respondeu o seguinte:
“Eu, na verdade, tenho uma grande admiração pelo deputado Onyx Lorenzoni. Eu acompanhei o trabalho dele durante a discussão do projeto das Dez Medidas (contra a corrupção), e eu posso dizer que ele foi um dos poucos deputados naquele momento (…) que defendeu (sic) a aprovação daquele projeto das Dez Medidas, mesmo sofrendo ataques severos da parte dos seus colegas. Quando aquele projeto foi completamente desfigurado, ele era uma figura até desalentada pelo tanto que ele lutou pela aprovação daquele projeto naquele momento. Quanto a esse episódio no passado, ele mesmo admitiu seus erros e pediu desculpas e tomou providências para repará-lo”.
Em entrevista ao “Fantástico” no domingo, Moro afirmou que, como ministro da Justiça, certamente ajudará seu chefe, Jair Bolsonaro, a combater a corrupção no seio do próprio governo. E colocou na mesa a sua biografia e a sua reputação. Não coonestaria com o malfeito. Pois e…
Aqueles R$ 100 mil recebidos por intermédio do caixa dois dizem respeito à campanha de 2014. Acontece que o documento que agora vem à luz diz respeito a 2012. O pagamento a “Onyx-DEM” foi feito em 30 de agosto daquele ano, em meio às eleições municipais. Segundo os colaboradores, o dinheiro foi repassado em espécie. É o que informa reportagem da Folha desta quarta. E agora?
Por Reinaldo Azevedo
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