sexta-feira, 9 de junho de 2017

Sindicato de pecuaristas dos EUA pede a Trump investigação da JBS



O sindicato que representa os pecuaristas dos EUA enviou uma carta a autoridades americanas, inclusive o presidente Donald Trump, pedindo que a JBS seja investigada naquele país. O documento tem 11 páginas e cita as revelações da Operação Lava-Jato a respeito da companhia, maior processadora de proteína animal do mundo.

A carta é assinada pelo R-CALF USA, que reúne criadores de gado bovino e ovelhas. Além de Trump, o documento foi enviado ao presidente do Comitê de Justiça do Senado, Charles Grassley, ao procurador-geral Jeff Sessions, e ao secretário da Agricultura Sonny Perdue. A entidade pede uma “investigação completa e rígida ação de antitruste, à luz das acusações de corrupção contra a JBS”.

A carta cita as informações, reveladas pelo dono da companhia, Joesley Batista, em delação premiada, no âmbito da Operação Lava-Jato. “Uma investigação completa é necessária para determinar o potencial completo das atividades ilegais da JBS nos Estados Unidos e o impacto que qualquer dessas atividades ilegais tenham tido no maior segmento agrícola americano — o setor de gado”, afirma a entidade.

‘ATIVOS DEVERIAM SER ALIENADOS’

De acordo com o sindicato, a JBS é a segunda maior empresa de carne bovina dos EUA e controla a maior fornecedora de ração para gado do mercado americano. O grupo sustenta que a JBS usou a empresa para manipular o preço do boi gordo, que caiu mais de US$ 850 por cabeça de gado, entre 2015 e 2016.

A entidade destaca ainda que a JBS tem forte influência no Congresso e alega que a empresa usou isso para construir um “império americano” no mercado americano de proteína. A influência teria sido utilizada para driblar restrições de reguladores antitruste nos EUA.

“Se for descoberto que a JBS, de fato, construiu seu império de carne através de meios ilegais, então todo ativo controlado pela JBS nos EUA deveria ser imediatamente alienados. Da mesma forma, se for descoberto que a JBS praticou conduta ilegal para conseguir favores do Congresso, agências federais e governos estaduais, então essas posições deveriam ser imediatamente revisadas, se não revertidas”, afirma.

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