Ao tentar elogiar ex-presidente da Corte, colega comete gafe e ex-ministro diz que não comentará
Joaquim Barbosa, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), participou de cerimônia de aposição de seu retrato na galeria de ex-presidentes da Corte nesta quarta-feira. Sorridente, abraçou o ministro Ricardo Lewandovski, que também teve a foto inaugurada e com quem trocou duras farpas e ofensas ao longo do julgamento do mensalão.
O semblante de Barbosa mudou quando o ministro Luís Roberto Barroso falou, na tentativa de fazer um elogio e na verdade cometendo uma gafe, que o ex-ministro era um "negro de primeira linha", durante discurso na cerimônia.
- A universidade (Uerj) teve o prazer e a honra de receber um professor negro, um negro de primeira linha vindo de um doutorado de Paris - disse Barroso, em trecho do discurso sobre a trajetória de Barbosa.
Questionado pelo GLOBO sobre a declaração de Barroso, Joaquim Barbosa disse que não ia comentar.
A expressão virou motivo de piada entre militantes da causa negra que estavam presentes à cerimônia. Em tom de brincadeira, mas também de reprovação, eles diziam que se o ex-presidente da Corte era de "primeira linha", eles seriam de quarta, quinta ou mais.
Ao longo do discurso, Barroso enfatizou ainda a importância de Barbosa como relator da Ação Penal 470, o chamado mensalão, que terminou em condenações por corrupção. Por conta de tal julgamento, assinalou Barroso, delinquentes estão fazendo "fila indiana" na Operação Lava-Jato para não terem o mesmo destino dos condenados no mensalão.
O ministro destacou ainda que Barbosa é sempre apontado como possível candidato à Presidência da República. Segundo ele, a mera menção por parte da sociedade aponta que o ex-presidente da Corte se tornou um exemplo para o país, independentemente do interesse ou não de Barbosa em concorrer ao cargo.
- Demonstra que a nação brasileira reconhece que Vossa Excelência, tanto no plano simbólico como no real, saiu de Paracatu em Minas para virar um exemplo - afirmou, referindo-se à cidade de origem de Barbosa.
O Globo
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