À deriva!
Brasilino Neto |
O Brasil vive momentos que me fazem crer que estamos como uma nau à deriva.
Corrupção deslavada, economia em dificuldades, inflação segura por mágicas que não se sustentarão, mas o pior, não vermos possibilidade de mudança em curto prazo da mazelas do cotidiano. Ah, estava me esquecendo: a omissão das ‘cabeças pensantes’ do país, quanto a tudo que aqui ocorre.
Perda da qualidade de vida por falta de investimentos sérios e administrados na educação, segurança, transportes público e privados, saúde, meios de escoamento da produção e tantas outras mais.
Pudera, com os candidatos a presidente que têm se apresentado, vejo que mudança substancial alguma se dará, pois nenhum deles apresentou projeto de governo, planos factíveis e seriedade em suas propostas.
Tanto isto é verdadeiro que criamos, a meu ver, falsas expectativas em relação ao ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal, entendendo que ele seja a solução para os problemas que o Brasil vive, torcendo para que ele se disponha a concorrer a cargos políticos. Ledo engano.
Fatos tais tomam vulto no cenário nacional dada à pobreza de líderes, à falta de pessoas que realmente mereçam a confiança da nação, e quando aparece um que faz coisinhas a mais, para ser venerado como herói, como a solução dos problemas. Mais uma vez repito: ledo engano.
Digo isto ao ver a decisão que o ministro Joaquim Barbosa tomou esta semana, optando pela aposentadoria, o que se dará, segundo se noticiou, em menos de trinta dias, cabendo aqui a suscitação das razões desta súbita decisão, pois ainda teria longo tempo de direito de permanência na magistratura.
Por certo, ante os modos e moldes com que Joaquim Barbosa tratou suas relações e as questões em sua administração do Supremo, jamais se saberá a justificativa, mas posso imaginar que tenha avaliado que a vida não mereça ser vivida sobre a pressão constante como a de que um ministro do Supremo vive, pois permanentemente ‘vigiado’ e monitorado tanto em suas ações pessoais, como do cargo.
Assim, em arremate, então imagino que se não conseguiu administrar as dificuldades que vivenciou na administração do Supremo Tribunal Federal, que em relação aos problemas que o presidente do país tem é infinitamente pequena (se pudesse criaria aqui a expressão “infinitissimamente”, como suportaria a de ser presidente do país? conseguiria suportar as ‘forças ocultas’ a que se referiu Jânio Quadros?
Perdoem-me os estudiosos da Norma Culta, mas não tenho outro modo de encerrar esta matéria senão com a vulgar expressão: “Estamos no mato sem cachorro”.
Um comentário:
È Brasa você pode ter desprezado a lingua portuguesa, mas acertou no conteúdo quando encerrou esta sua bela matéria com o "estamos no mato sem cachorro".
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