Com as fornalhas dos plenários da Câmara e do Senado desligadas em função da Copa, um pequeno grupo de congressistas reúne-se nesta quarta-feira em duas comissões estruturadas para não funcionar: as CPIs da Petrobras.
Na CPI exclusiva de senadores, 100% feita de governistas, será ouvido Alexandre Rabello. Vem a ser gerente de Engenharia de Custos da estatal petroleira. Foi chamado para defender a tese segundo a qual não houve superfaturamento nas obras da refinaria Abreu e Lima, um empreendimento varejado pelo TCU, PF e Procuradoria da República.
Na CPI mista, integrada por senadores e deputados, ninguém será inquirido. Vão à mesa 370 requerimentos pendentes de votação. Há pedidos de convocação de depoentes, requisições de provas e quebras de sigilos bancários e fiscais.
A oposição, ultraminoritária, quer levantar os veus. O governo, supermajoritário, quer embromar. O fiel da balança é o PMDB. Imaginava-se que a legenda pudesse trair o governo. Mas o líder Eduardo Cunha (PMDB-RJ) vive com o Planalto uma inusitada fase de estreitamento de inimizade.
O juiz federal Sérgio Moro, do Paraná, autorizou a entrega dos autos da Operação Lava Jato às CPIs. Mas nenhum parlamentar manejou o papelório. Quando a coisa toda for apalpada, pode haver um ou outro vazamento constrangedor. Mas é improvável que a apuração legislativa avance.
Conforme já comentado aqui, a CPI da Petrobras deve dar em nada porque as provas colecionadas pela PF roçam nos corruptores, de cujas caixas registradoras sai o dinheiro que banca as campanhas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário