O esquema era perfeito. A máquina de moer reputações montada pelo PT para ferir o PSDB em São Paulo começaria com as investigações e vazamentos do Cade sobre escândalos no metrô. Prosseguiria com a entrada de Lula para alavancar a candidatura de um novo poste, o ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Não contavam com o envolvimento do seu candidato na Operação Lava Jato. A marca da corrupção,que deveria ser colada no lado de lá, voltou às origens: o próprio PT, agora também envolvido umbilicalmente com o PCC. Resultado: Padilha, 3% nas pesquisas eleitorais. A matéria abaixo é da Folha de São Paulo.
Considerado a fórmula ideal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ganhar o governo de São Paulo, Alexandre Padilha (PT) enfrenta resistência do comando da campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff, que já faz análises pessimistas quanto ao resultado das eleições para a sucessão do Palácio dos Bandeirantes.
Segundo a Folha apurou, o Estado --considerado prioridade do PT em 2014-- passou a ser um problema para a disputa nacional, e alguns interlocutores de Dilma admitem que o pré-candidato do PMDB à sucessão de Geraldo Alckmin (PSDB), Paulo Skaf, pode ser a aposta para um segundo turno. Integrantes da cúpula da campanha presidencial avaliam que no início do ano o cenário ainda era favorável para o PT paulista.
Mas as coisas mudaram após a citação do nome de Padilha na Operação Lava Jato, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas comandado pelo doleiro Alberto Youssef, e a suspeita de envolvimento do deputado estadual Luiz Moura (PT-SP) com o PCC, episódios que ajudaram a enfraquecer a imagem do partido.
Petistas ouvidos pela Folha afirmam que os casos não atingem diretamente a figura de Padilha, mas o eleitor paulista, de perfil "moralmente conservador", faz ligações diretas entre a sigla e as denúncias de irregularidades, o que prejudica o desempenho do candidato.
NOVIDADE POLÍTICA
O PT tem dificuldade para eleger um nome ao Bandeirantes, governado há quase 20 anos pelo PSDB. Para vencer a resistência no Estado, Lula escolheu Padilha baseado na mesma tese que o fez indicar Fernando Haddad para disputar a Prefeitura de São Paulo: a novidade política. No entanto, após enfrentar desgastes, a popularidade do prefeito demora a se recuperar e, assim, é difícil contar com ele como propulsor do ex-ministro da Saúde.
Enquanto isso, o candidato do vice-presidente Michel Temer para a sucessão de Alckmin mantém há um ano o patamar de 20% das intenções de votos. Nas últimas semanas, Skaf amarrou alianças importantes, como o Pros e o PDT. Ambos os partidos estavam na conta do PT paulista para a chapa de Padilha. Apesar de ter sido citado por Dilma Rousseff como "fórmula" da base governista para derrotar o PSDB em São Paulo, Skaf afirma que é "adversário do PT no Estado" e que não espera a presidente em seu palanque.
No início do ano, o PT chegou a estimular a candidatura de Skaf para ajudar a forçar um segundo turno contra Alckmin. Nos últimos meses, porém, a musculatura do peemedebista incomodou o PT. O partido nutre a esperança de que Padilha deslanche em agosto, com o empenho de Lula e o começo da propaganda eleitoral no rádio e TV.
Nenhum comentário:
Postar um comentário