Eleito em 2012 como último grande feito político de Lula, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, virou uma ‘bola de ferro’ que o PT arrasta em 2014. O partido atribui ao mau desempenho do prefeito parte das dificuldades que enfrenta para empinar Alexandre Padilha e revitalizar Dilma Rousseff no maior colégio eleitoral do país.
Em privado, dirigentes do PT admitem: o azedume do eleitorado do Estado de São Paulo é um principais problemas que a legenda enfrenta na atual temporada eleitoral. Munido de pesquisas internas, o petismo concluiu que a baixa popularidade do prefeito da capital é uma das causas do nariz torcido do eleitor, embora não seja a única.
O Datafolha informa, em nova sondagem, que, na bica de completar em ano e meio de duração, o governo municipal de Fernando Haddad é avaliado como ótimo ou bom por apenas 17% dos paulistanos.
Empurrado às profundezas pelas manifestações de junho de 2013, Haddad não conseguiu mais colocar o nariz acima da linha de impopularidade para tomar ar. Nas pegadas do ronco do meio-fio, ele amargara no Datafolha uma aprovação miúda: 18%. A taxa se repetiu em sondagem de novembro. Agora, oscilou um ponto para baixo.
Convidados a dar uma nota para Haddad, os pesquisados do Datafolha cravaram uma média de 4,8. Quer dizer: se estivesse num banco de escola, o prefeito, ex-ministro da Educação, seria reprovado. Ou ficaria de recuperação. Para 77% dos paulistanos, Haddad entregou menos do que se esperava dele.
De acordo com as sondagens que o PT encomendou para consumo interno, ajuda a compor o cenário adverso um certo mau homor do eleitorado de São Paulo com a deterioração moral da política.
Diferentemente do que sucedera em eleições anteriores, o mensalão não é mais um processo pendente de julgamento. Hoje, o escândalo é um conjunto de sentenças que colocou atrás das grades ex-dirigentes do PT. O partido paga o preço da eterna lealdade aos companheiros presidiários.
Contra esse pano de fundo, Alexandre Padilha, virou um “poste” difícil de ser eletrificado por Lula. Lançado como grande aposta do PT para interromper a hegemonia de duas décadas do tucanato em São Paulo, frequenta as pesquisas como um sub-Skaf. Por ora, é uma derrota esperando para acontecer.
É precária também a situação de Dilma em São Paulo. Nesse pedaço do mapa, informou o Datafolha no início de junho, 83% dos eleitores desejam mudanças no plano federal. Apenas 23% aprovam o governo Dilma. E 46% afirmam que não votariam na reeleição da presidente de jeito nenhum.
Vem daí que, num eventual segundo turno, Dilma perderia em São Paulo tanto para Aécio Neves quanto para Eduardo Campos. O primeiro prevaleceria por 46% a 34%. O segundo, por 43% a 34%. O PT receia que, se não for contida, a erosão de São Paulo termine engolindo a vantagem que Dilma deve ter na região Nordeste.
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