Os protestos que enchem as ruas provocam nos congressistas estranhas sensações. Quem imagina que sabe mais ou menos o que a rapaziada deseja, teme. Quem acredita que sabe um pouco mais, tem vontade de ficar em casa. Quem está convencido de que sabe tudo, tranca-se no armário. Dá-se a isso o nome de medo.
Entre as placas que ilustram as manifestações de São Paulo e do Rio estão as que combatem a PEC 37. Trata-se daquela emenda constitucional que concede às polícias federal e civil o monopólio da investação penal. Estava combinado que os deputados aprovariam a proposta na quarta-feira (26) da semana que vem. Porém, já não há tanta certeza. O medo do meio-fio fez a PEC subir no telhado.
Reunido nesta terça-feira (18), o Colégio de Procuradores da República, órgão do Ministério Público Federal, forneceu munição aos manifestantes. Divulgou documento batrizado de “Carta de Brasília”. O texto pode ser lido aqui, A certa altura, realça que o Ministério Público não será a única vítima da PEC.
Diz o texto: “A ineficiência da investigação de crimes aumentará porque os atos investigatórios da Receita Federal, do TCU, da CGU, do INSS, da Secretaria de Inspeção do Trabalho, do COAF, do CADE e da SDE, da ANP, do Banco Central, da Receita Federal e dos órgão ambientais, não poderão ser apresentados diretamente ao Ministério Público.”
Um comentário:
Não tenho afinidade alguma com o ministério público, porém, querer tirar dele o poder de investigação é pior que mandar raposa tomar conta de galinheiro. Abaixo a PEC 37.
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