Graças ao silêncio dos companheiros, à tibieza da oposição e à clemência da
Procuradoria Geral da República, Lula está acompanhando o julgamento do mensalão
fora do banco dos réus.
Em vez de festejar discretamente essa conjunção dos astros que o livrou de
pagar pelo que fez, o ex-presidente resolveu reafirmar que não vê limites para a
insolência.
Inconformado com a condenação dos principais operadores do esquema criminoso,
o padroeiro dos bandidos federais passou a açular quadrilheiros e comparsas
contra as decisões do Supremo. É ele quem está por trás da procissão de
entrevistas cafajestes, manifestos que torturam a verdade ou cartas de parentes
tão consistentes quanto uma crítica literária de Dilma Rousseff.
Lula deve imaginar que bravatas anulam decisões em última instância. Vai
descobrir que não quando o outono chegar e as sentenças transitarem em julgado.
Depois disso, se quiser saber o que os companheiros estão pensando, o chefe terá
de visitá-los na cadeia.
Por Augusto Nunes
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