Para cada ocasião, um discurso. Em contraponto a São Paulo, onde tem
defendido a novidade personalizada por seu candidato, Fernando Haddad, o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva atacou o novo neste domingo, durante
carreata em Diadema, município vizinho à capital paulista, onde o atual
prefeito, Mário Reali, do PT, disputa a reeleição.
Se no sábado, o líder do PT pregou a renovação em comício de Haddad, no
domingo ele pediu para os eleitores de Diadema “não trocarem o certo pelo
duvidoso”. No município do Grande ABC, Mário Reali disputa a reeleição contra o
vereador do PV Lauro Michels, que tem o apoio do governador de São Paulo,
Geraldo Alckmin.
A diferença nos discursos levou o ex-presidente petista a até mesmo se
atrapalhar nas palavras durante o ato político de ontem:
— A eleição é uma coisa muito séria, não vamos permitir que velhos
sentimentos possam mudar a cabeça do eleitor. Trocar o novo pelo duvidoso....ou
trocar o duvidoso pelo...trocar o certo pelo duvidoso já aconteceu neste país
—afirmou.
Em discurso, o ex-presidente petista criticou o fato de o candidato do PV não
ter experiência administrativa e pediu para que o município “não entre em uma
aventura”. Em São Paulo, por sua vez, o PT tem rejeitado as críticas do PSDB de
que Fernando Haddad é inexperiente e ainda reforça o fator “novidade” de sua
primeira disputa eleitoral.
Como no sábado, o ex-presidente petista comparou o candidato de oposição ao
PT ao ex-presidente Fernando Collor. Mas em cada ocasião, por um motivo
diferente. Em relação a José Serra, pelo fato de não ter concluído o mandato. E
em relação a Lauro Michels, por adotar o discurso da renovação.
— Em 1989, o nosso país teve uma eleição presidencial. E se estabeleceu neste
país a idéia de que havia um candidato novo. E o povo votou no tal do novo para
dirigir o país. O novo era o (Fernando) Collor e vocês sabem o que aconteceu.
Agora, estamos vendo em Diadema a mesma fantasia e o mesmo discurso — criticou o
líder do PT.
O ato político reuniu os ministros Aloizio Mercadante (Educação) e Alexandre
Padilha (Saúde), o presidente do PT em São Paulo, Edinho Silva, o prefeito de
São Bernardo, Luiz Marinho, entre outros.
Além do candidato do PV, o PSDB também foi alvo da munição dos petistas, que
o associaram às privatizações na gestão federal e à cobrança de pedágios em São
Paulo. O governador Geraldo Alckmin, que fez caminhada em Diadema no sábado,
também foi criticado.
— Os tucanos são bons de bico. Há governadores que só aparecem em Diadema em
época de eleição — afirmou o ministro Aloizio Mercadante.
Hoje, o ex-presidente petista participará de eventos de campanha em Jundiaí e
Osasco, ambas em São Paulo. Na última semana do segundo turno, fará peregrinação
por Fortaleza (CE), Cuiabá (MT), João Pessoa (PB), Salvador (BA) e Taubaté (SP).
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