Lúcia Hipólito
Dez anos depois de deixar o poder, o PSDB toca diariamente o Dobre de Finados para mostrar que, ou se reinventa ou vai afundar na irrelevância.
Aquele PSDB que se apresentou como um partido moderno, a opção pela social-democracia, um conjunto de homens e mulheres que tinham um projeto para o país.
Aquilo tudo virou suco.
E não é de hoje. O PSDB está padecendo de obsolescência precoce. Talvez tenha chegado cedo demais ao poder, talvez não tenha tido tempo de construir uma sólida identidade.
Identidade que se desmanchou no ar desde a perda do governo federal em 2002.
A derrota de Serra para Lula deixou o PSDB à deriva. O partido perdeu a eleição e perdeu o rumo.
Perdeu a própria identidade.
Passou os primeiros anos do governo Lula meio atarantado, meio barata tonta, sem saber se votava a favor das reformas porque eram bandeiras do partido – ou porque não sabia fazer oposição.
Veio a crise do mensalão, e os tucanos passaram a se torturar em dúvidas hamletianas sobre atacar ou não o presidente Lula.
Como não sabem fazer oposição, não despiram os punhos de renda e não quiseram partir para a briga.
Apanhados em relações espúrias com o valerioduto – a estreita ligação do senador Eduardo Azeredo, então presidente nacional do PSDB, com o valerioduto mineiro –, os tucanos preferiram não punir os seus.
Caminharam a reboque dos escândalos, deixando para a imprensa o papel de investigar, descobrir fatos, correr atrás de denúncias. De camarote, o PSDB aguardou que todo o trabalho da imprensa resultasse num Lula em frangalhos, humilhado e derrotado.
E a presidência da República cairia em colo tucano por gravidade, sem que suas Excelências tivessem que se coçar.
Bem feito! Deu tudo errado.
Um comentário:
PSDB, esqueça. Todos farinha de um mesmo saco podre, sujo e desprezível. Veja-se a postagem deste mesmo blog quando ao silêncio imposto aos seus membros en relação às criticas a fernando bezerra, o ministro da (des)integração, para não prejudicar contatos futuros e composições em favor do aécio. Imundos
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