Arthur Virgílio
Escrevo este artigo na noite de quarta-feira, quando já existem 10 mil
desalojados nas regiões Norte e Noroeste do Rio de Janeiro, enchentes também no
Espírito Santo e caos em Divinópolis e na grande Belo Horizonte.
Depois da tragédia do ano passado, a cena se repete: a presidente (antes era
o presidente) interrompe as férias e se dispõe a sobrevoar os locais afetados.
Talvez até mande o helicóptero pousar, para fazer uma foto, fisionomia
contraída, ar de desolação. Esquecida de que, durante os meses sem chuvas
torrenciais, nada fez de prático para enfrentar o problema.
O governo federal joga a culpa nos governadores, que não teriam apresentado
projetos que justificassem aportes de recursos. O governador fluminense, Sergio
Cabral, anuncia sem tremer a face: “semana que vem lançarei R$300 milhões em
obras”.
E se dispõe a orar pelos desabrigados e pelo fim das chuvas. Não fosse o
cinismo, estaria mais para ritual indígena do que para atitude própria de quem
se elegeu para proteger a população do seu estado.
Um comentário:
Disse muito bem o ex-senador Artur Virgilio quando se refere a sobrevoar área, fazer cara de triste e a seguir reiniciar a contagem regressiva para que no janeiro que vem tenhamos os mesmos problemas, as mesmas ocorrrências de mortes, desolamentos. Acara que fazem não é de tristeza e simk de imundos. São muito cínicos e o cabral é o puxador da fila, mas se é isto que os cariocas querem, o que podemos fazer?!
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