sábado, 1 de julho de 2023

A palavra-chave do voto de Moraes: "Cadeia!"



Alexandre de Moraes, o presidente do TSE, proferiu um voto visceral ao fechar o placar de 5 a 2 no julgamento que baniu Bolsonaro das urnas por oito anos. Votou de olho no retrovisor. Rememorou uma sessão de 28 de outubro de 2021. Nela, o TSE livrou a chapa Bolsonaro-Mourão da cassação. Mas Moraes avisou na época o que ocorreria com os políticos que repetissem em 2022 o modelo de difusão de mentiras que caracterizou a campanha bolsonarista em 2018: "Irão para a cadeia".

Num prenúncio do que está por vir, Moraes repetiu o compromisso nesta sexta-feira. Disse que a Justiça é cega, mas não é tola. Insinuou que Bolsonaro não pode alegar que desconhecia os riscos, pois já havia sido alertado um ano antes das eleições de 2022. Metódico, o ministro que o capitão chamou de :"canalha" reproduziu na sessão desta sexta-feira frases que pronunciara no julgamento de outubro de 2021.
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"Nós já sabemos como são os mecanismos", Moraes reiterou. "Não vamos admitir que essas milícias digitais tentem novamente desestabilizar as eleições, as instituições democráticas..." Mais: "Se houver repetição do que foi feito em 2018, o registro será cassado, e as pessoas que assim fizerem irão para a cadeia por atentarem contra as eleições e a democracia no Brasil".

Moraes soou esquisito ao falar sobre prisão durante sessão de uma Corte eleitoral. Daí a relevância do termo. A sentença sobre a inelegibilidade de Bolsonaro será enviada à Procuradoria-Geral da República para a análise das providências a serem adotadas na seara penal.

De resto, o próprio Moraes conduz no Supremo Tribunal Federal inquéritos sobre milícias digitais e difusão de fake news. Quer dizer: a excursão de Bolsonaro pelos nove círculos do inferno está apenas começando.

Moraes insinua que, nos processos que conduz em segredo, o capitão e e seus "milicianos digitais" são como frequentadores reincidentes de um campo de nudismo. Estão com os glúteos expostos. E o ministro insinua que sabe o que fizeram no verão passado.

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