sábado, 8 de julho de 2023

Num filme, semana de Bolsonaro chamaria "Michelle, encolhi a ultradireita"



Se a primeira semana de inelegibilidade de Bolsonaro virasse um filme, o título seria: "Michelle, encolhi a ultradireita". Depois de ser banido das urnas pelo Tribunal Superior Eleitoral até 2030, Bolsonaro descobriu que é errando que se aprende... a errar. Continua intoxicado por uma perigosa mistura de negacionismo factual com truculência pessoal.

Trafegando na contramão do interesse nacional, Bolsonaro apostou no naufrágio da reforma tributária. Perdeu. Tentou o adiamento. Perdeu novamente. Colecionou 20 dissidentes no seu partido, brigou com o seu herdeiro político mais bem-posto, Tarcísio de Freitas, e conseguiu diminuir a própria estatura, já bem pequenininha, e o movimento de ultradireita que julga representar.

Além do governador de São Paulo, deixaram Bolsonaro falando sozinho outros governadores de viés bolsonarista. Gente como Romeu Zema (Minas Gerais), Cláudio Castro (Rio de Janeiro) e Ratinho Jr. (Paraná). Apenas Jorginho Mello, de Santa Catarina, ecoou o terraplanismo tributário do capitão.

O ex-bolsonarista Arthur Lira, que teve mensagem ignorada pelo capitão no WhatsApp, discursou na Câmara: "As eleições já ocorreram, os vitoriosos estão no poder. Lembro a vocês que meu candidato perdeu a eleição presidencial. Deixemos as urnas de lado. Voltemos nossos olhos para o povo brasileiro."

O que o imperador da Câmara declarou, com outras palavras foi mais ou menos o seguinte: Na política, quem chega à condição de afogado terá mais dificuldades de voltar à condição de nadador se não perceber que a realidade é o único lugar onde se pode obter um colete salva-vidas. Sem palácio e sem caneta, Bolsonaro vai se tornando uma pequenina criatura.

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