terça-feira, 4 de julho de 2023

Falsos médicos revelam que a perversão humana é uma doença incurável



No Brasil, tudo parece terminar em crime, inclusive os mais nobres ofícios. No princípio, a medicina era ciência. Com o tempo, a prática se confundiu com o comércio. Virou indústria quando surgiram os seguros de saúde. Exigia-se a bolsa em troca da vida. De repente, surgiram os falsos jalecos. Levam a bolsa e a vida.

Noutros tempos, os falsos médicos eram identificados no varejo, de raro em raro. Passaram a ser pilhados no atacado. A Polícia Federal desbaratou uma máfia no Rio de Janeiro, informou o programa Fantástico, na noite de domingo.

Detectaram-se pelo menos 65 registros micados. Foram obtidos no Conselho Regional de Medicina fluminense. Falsificaram-se históricos escolares e diplomas. Os criminosos cobraram entre R$ 45 mil e R$ 400 mil pelo papelório maquiado. Encontraram mercado. Evidência de que a perversão humana é doença incurável.

Os médicos de fancaria deveriam ser condenados por duplo homicídio e tentativa de assassinato. Mataram a sangue frio a honra pessoal e a boa-fé pública. De resto, assumiram o risco de matar os pacientes que confiaram na capacidade do Estado de vigiar o exercício de profissões que operam entre a vida e a morte.

Antigamente, dizia-se que, na dúvida, os doentes deveriam consultar os órgãos classistas antes de confiar num médico. No Rio de Janeiro, os falsos doutores dispunham de registro profissional. Eram criminosos de carteirinha.

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