A Justiça francesa investiga a denúncia de pagamento de suborno pelo bilionário contrato de venda de submarinos Scorpène para o Brasil, em 2008, no governo Lula. Neste domingo, toda a imprensa francesa dedicou espaço ao assunto. O acordo de 6,7 bilhões de euros (equivalentes a R$24,4 bilhões) inclui transferência de tecnologia para o Brasil.
A procuradora-geral da Procuradoria Nacional Financeira (PNF), Eliane Houlette, esteve há duas semanas no Brasil chefiando uma delegação, da qual também participou o chefe do Departamento Anticorrupção da Polícia (Oclciff, na sigla em francês), Thomas de Ricolfis.
Fontes oficiais confirmaram a investigação da PNF e da polícia francesa de “corrupção de funcionários públicos estrangeiros” no contrato de venda de quatro submarinos de ataque Scorpène, assinado em 23 de dezembro de 2008, no Brasil, pelos então presidentes da França, Nicolas Sarkozy, e do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva Lula.
O Scorpène é um submarino convencional, de última tecnologia, fabricado pelo estaleiro naval francês DCNS (Direction des Constructions Navales Services) em cooperação com o espanhol Navantia. Chile e Malásia têm dois desses submarinos. A Índia adquiriu seis, dos quais três já foram entregues.
Um porta-voz da DCNS disse à agência France Press que a companhia “não tem nada a ver com a Operação Lava Jato”, acrescentando que a empresa “respeita escrupulosamente, no mundo todo, as regras do Direito”.
No Brasil, a DCNS é parceira da BTP Odebrecht, que subcontratou por R$3 bilhões, segundo as suspeitas, por recomendação do ex-presidente Lula. Ambas as empresas estão no centro do megaescândalo de corrupção que agita o país. Em abril, o presidente da DCNS Brasil, Eric Berthelot, havia dito que essas investigações “atingiam apenas a própria Odebrecht”.
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