quinta-feira, 25 de maio de 2017

Baderna promovida pela extrema esquerda é a segunda etapa da trama urdida por Janot


Um esquerdista empregando o seu melhor argumento contra as reformas: a truculência (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Quarenta e nove feridos, oito detidos, oito ministérios depredados — um deles sofreu um incêndio — e o Exército nas ruas. Esse é o saldo da manifestação organizada pelas esquerdas e por centrais sindicais contra o governo Michel Temer e, claro!, contra as reformas. 

O vermelho que tingiu a Esplanada dos Ministérios não deixa espaço para dúvida. Eram as forças derrotadas pelo impeachment — a exceção é a Força Sindical — que ali estavam conjuradas. As palavras de ordem “Fora Temer”. “Diretas Já” e “Não às reformas”. Ora, é o tipo de reivindicação que tem pedigree, não é mesmo? Eis o PT renascido das cinzas como tantas vezes adverti.

Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, solicitou a presença da Força Nacional de Segurança. Um decreto do presidente Michel Temer determinou que as Forças Armadas façam a segurança da área até o dia 31. A oposição estrilou. O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) também. Queriam o quê?

A ação da PM não foi exatamente competente. Viu-se um policial atirando com arma letal contra os vândalos. Um rapaz perdeu a mão por causa de um rojão — vale dizer: ele usaria aquele artefato contra policiais. Se arrancou a sua mão, poderia matar alguém. Quem não se lembra do cinegrafista Santiago Andrade.

Vamos esclarecer as coisas. Define o Artigo 142 da Constituição:

“As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.”

Pronto! É o regime democrático brasileiro que assegura que as Forças Armadas podem atuar em momentos assim. O Artigo 142 é claro. Isso não quer dizer, obviamente, que a situação seja confortável para o presidente Temer.

Cadáveres?

Parece-me que o objetivo de alguns grupos, nesta quarta, era produzir um cadáver — ou cadáveres — para incendiar, literalmente, o país. Não conseguiram. Mas a semente da baderna, como vimos, está plantada.

A truculência das esquerdas afasta o homem comum das manifestações. Ocorre que a turba não estava lá para negociar nada com o povo. Os valentes querem é intimidar o Congresso para que os partidos da hoje chamada “coalizão” abandonem o governo.

Casamento

Não nos esqueçamos: estamos assistindo à “fase de rua” de um golpe. Ele teve início quando Joesley Folgadão meteu um aparelho no bolso para gravar o presidente da República, ao arrepio da lei. Rodrigo Janot e Edson Fachin podem ser considerados os patrocinadores dessa patuscada.

Num artigo indecoroso, escrito para o UOL, no dia 23, Rodrigo Janot comete uma penca de atentados ao defender o acordo indecente que fez com Joesley. Transcrevo trechos:

"Quanto valeria para a sociedade saber que a principal alternativa presidencial de 2014, enquanto criticava a corrupção dos adversários, recebia propina do esquema que aparentava combater e ainda tramava na sorrelfa para inviabilizar as investigações?

Até onde o país estaria disposto a ceder para investigar a razão pela qual o presidente da República recebe, às onze da noite, fora da agenda oficial, em sua residência, pessoa investigada por vários crimes, para com ela travar diálogo nada republicano?

Que juízo faria a sociedade do MPF se os demais fatos delituosos apresentados, como a conta corrente no exterior que atendia a dois ex-presidentes, fossem simplesmente ignorados?

Foram as perguntas que precisei responder na solidão do meu cargo. A gravidade do momento, porém, fez-me compreender claramente que já tinha em mim as respostas há pelo menos trinta e dois anos, quando disse sim ao Ministério Público, e jurei defender as leis e a Constituição do país.

Embora os benefícios [a Joesley] possam agora parecer excessivos, a alternativa teria sido muito mais lesiva aos interesses do país, pois jamais saberíamos dos crimes que continuariam a prejudicar os honrados cidadãos brasileiros, não conheceríamos as andanças do deputado com sua mala de dinheiro, nem as confabulações do destacado senador ou a infiltração criminosa no MPF."

Comento

Como se nota, todas as minhas piores expectativas se cumpriram. No artigo, o doutor faz aquilo que precisamente eu disse que a Lava Jato faria: igualar os crimes do PT àqueles eventualmente cometidos por outros. E aí confessa que, sem a colaboração, não teria chegado a lugar nenhum. Vale dizer: em vez de investigação, delação.

E, no momento mais escandaloso, ele dispara suas três premissas para fazer um acordo:

1: a gravidade de fatos, corroborados por provas consistentes que me foram apresentadas;

2: a certeza de que o sistema de justiça criminal jamais chegaria a todos esses fatos pelos caminhos convencionais de investigação;

3: a situação concreta de que, sem esse benefício, a colaboração não seria ultimada e, portanto, todas as provas seriam descartadas.

O que é um caminho “não convencional” de investigação? Tramar, por exemplo, para gravar o presidente? Urdir, com um ministro do Supremo que nem relator do caso deveria ser, ações que só poderiam ser adotadas depois da delação?

É um deboche!

E a terceira premissa evidencia que doutor Janot é refém dos bandidos que ele deveria combater.

Com esses critérios, ele participou da primeira fase do que chamo “golpe”. Agora os seus amigos de esquerda tentam fazer o resto.

Por Reinaldo Azevedo

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