O presidente Michel Temer se reuniu na manhã deste sábado, por cerca de duas horas e meia, com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, para tratar da crise nos presídios, agravada com os assassinatos de presos em Roraima e Amazonas. O encontro, que ocorreu na casa da ministra, no Lago Sul, em Brasília, não estava registrado na agenda oficial de nenhum dos dois.
Temer deixou o Palácio do Jaburu, residência oficial da Vice-Presidência, por volta das 10h e seguiu para a reunião. Para não chamar a atenção, usou um carro prata, sem identificação, e não os tradicionais veículos oficiais pretos da Presidência da República. Ao sair, acenou para jornalistas, mas não deu declarações.
O presidente já havia conversado por telefone com Cármen Lúcia na sexta-feira. O encontro entre os dois estava previsto inicialmente para domingo, mas Temer solicitou que fosse antecipado diante da gravidade da situação. O presidente estaria, segundo reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, muito preocupado com o “efeito dominó” das rebeliões em várias regiões do País.
Até agora, o Palácio do Planalto não conseguiu acertar o passo na estratégia de comunicação ao indicar que a segurança pública é, em primeiro lugar, uma questão a ser tratada pelos Estados. Nos bastidores, até mesmo ministros admitem que o governo federal passou uma imagem de “omissão” logo na virada do ano.
Na tentativa de não levar a crise para o Planalto, Temer demorou a se posicionar sobre a matança no presídio de Manaus. Depois, falou em “acidente pavoroso” e a expressão ganhou mais destaque do que as medidas anunciadas, como a construção de cinco presídios federais, consideradas um “factoide” até por aliados.
Na quinta-feira, Cármen Lúcia esteve em Manaus e se reuniu com presidentes de Tribunais de Justiça da região para discutir os problemas do sistema carcerário.
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