sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

O crime está em guerra: as maiores facções brasileiras romperam


Policiais revistam detentos na Penitenciárias Agrícola de Monte Cristo,em Boa Vista,Roraima  (Foto: Reuters)
Policiais revistam detentos na Penitenciária
Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista, Roraima.

As rebeliões em presídios são um aviso. A selvageria está à solta

Há um mês, o detento Waldiney de Alencar Sousa procurou a direção da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista, Roraima, com um pedido de ajuda. Estava jurado de morte por outros presos. Queria, portanto, ser transferido para longe dali. Sua solicitação foi acatada, mas esbarrou nos burocráticos sistemas prisional e judiciário. Enquanto era feita uma varredura pelas unidades prisionais em busca de uma vaga, seus algozes agiram. Na tarde do domingo, dia 16, dia de visita, Waldiney se despediu da mulher no portão. Voltava para o interior do presídio quando foi atacado pelos inimigos. Chegaram até ali, a ala dos adversários, depois de quebrar cadeados e escavar buracos nos muros que dividem o espaço entre as organizações criminosas dentro da cadeia. A cabeça de Waldiney foi quebrada com pedras. Seu crânio terminou esfacelado.

Como quase sempre acontece, os presos foram mais rápidos que o Estado, e Waldiney – ou Vida Loka, no batismo do crime – morreu logo depois de completar 33 anos. Na mesma cadeia, outros nove detentos foram assassinados num espetáculo de selvageria e demonstração de poder. Alguns corpos foram decapitados; outros, queimados numa fogueira. Horas mais tarde, a 1.700 quilômetros de distância, algo muito parecido assombrou Porto Velho, em Rondônia. Oito presos morreram asfixiados pela fumaça na Penitenciária Ênio dos Santos Pinheiro. Não se tratava de uma coincidência infeliz. Era um surto coordenado.

A ordem para a matança foi dada em setembro deste ano, dias antes de Waldiney revelar as ameaças. Partiu da penitenciária de segurança máxima de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, onde está detida a cúpula do Primeiro Comando da Capital (PCC), a maior organização criminosa do Brasil, que domina os presídios paulistas. Numa carta escrita à mão, assinada pela “sintonia final”, os chefes do bando paulista mandaram um “salve” nacional declarando guerra à facção carioca Comando Vermelho (CV), sua antiga aliada, parceira comercial e hoje maior concorrente. A mensagem, possivelmente transposta para fora da prisão por advogados ou familiares, foi digitalizada e distribuída via WhatsApp aos presídios que estão “no ar”, na gíria da bandidagem – aqueles que não contam com bloqueadores de sinal para telefones celulares. Alastrou-se rapidamente até a Região Norte do Brasil.


Um comentário:

AHT disse...

Essa selvageria tem tudo a ver com a realidede da República Federativa da Banânia.

Como fazemos de conta que vivemos em uma demoracia, com liberdade de expressão e antes que isso seja regulado por algum ato dissimulado em alguma MP sobre "os "acidentes" em presídios e suas implicações no cotidiano da Sociedade", lá vai a minha opinião/sugestão!


Parte I – Abrindo o jogo

Longe de ser um comentário preconceituoso, a Banânia não é o único país em que o Poder Político - Executivo, Legislativo e, portanto, as indicações de maior relevância para a Justiça - está em mãos dos políticos das regiões menos desenvolvidas econômica e socialmente, porém, "ricas" em eleitores cabrestáveis. Em nome da pobreza e miséria, verbas e mais verbas para a felicidade dos políticos (staffs e parceiros) dessas regiões.

Parte II – Só levando fumo e sustentando

Aos Estados que produzem e geram a maior parte das receitas federais, o castigo: produzir, pagar impostos e abastecer as contas pessoais desses malditos bandidos-políticos, enquanto para pobres e miseráveis eleitores dessas mesmos políticos, nada mudando para melhor e sempre tendo que se contentar com as migalhas que sobram das maracutaias, viagens, festas, almoços e jantares nababescos e pra lá de imorais.

Parte III – C´est fini!

Não há mais justificativas para a existência da atual República Federativa da Banânia, a não ser, que:

- Como única forma e garantia de condições para o resgate dos princípios que justifiquem a manutenção da Banânia: a construção de presídios sem regalias e sem reduções de penas, exclusivos para políticos e seus parceiros (para não contaminarem outros criminosos “comuns” não adeptos de ostentar colarinhos brancos para enganar suas vítimas);

- ou, separação das regiões, com muro e tudo o que for necessário para a Segurança e Paz dos Estados e Regiões até então castigados com muito trabalho, extorsivos impostos e à mercê da bandidagem.